segunda-feira, 26 de março de 2012

Estudo sobre a mediunidade ::

5. As Modalidades Mediúnicas

Um aspecto importante dos esclarecimentos de André Luiz vistos acima é que permitem compreender não somente como é que se dá o fenômeno mediúnico, mas também o porquê da existência de diferentes modalidades de mediunidade. Observamos, através do trechos citados, que a faculdade mediúnica será deste ou daquele tipo conforme a região do organismo em que as células do perispírito apresentem maiores possibilidades de desvinculação das células correspondentes do corpo físico. Desse modo, segundo o exemplo dado, se é nos órgãos da visão que ocorre a maior liberdade das células do perispírito, a mediunidade assumirá a forma de vidência se nos órgãos da audição, a de audiência se nos da fala, a de psicofonia, e assim por diante.
Devemos notar, no entanto, que os órgãos a que se refere André Luiz são, conforme se depreende de outras passagens de sua obra, não tanto os órgãos periféricos -- olhos, ouvidos, mãos, etc. --, mas fundamentalmente as regiões do cérebro responsáveis por seu comando. De fato, sabemos pelas conquistas da Ciência, que há no cérebro grupos de neurônios (células nervosas) mais ou menos especializados para as diversas faculdades sensoriais e motoras. No caso da visão, por exemplo, tais neurônios recebem os impulsos elétricos gerados na retina do olho através do nervo óptico, sinais esses que a alma interpreta como imagens. O mesmo se dá, mutatis mutandis, com os demais sentidos. No caso das funções motoras, ao comando da alma determinados centros cerebrais enviam, através dos diferentes nervos, impulsos elétricos aos diversos músculos, que então lhes obedecem às ordens, do que resultam os movimentos corporais.
Apresentaremos agora os principais tipos de fenômenos mediúnicos, que se associam às principais modalidades mediúnicas. Como toda classificação, não é absoluta, pois o estabelecimento de fronteiras nítidas entre diferentes modalidades mediúnicas não é possível.
Kardec dividiu os médiuns em duas grandes categorias: os de efeitos físicos e os de efeitos intelectuais. Os primeiros são "aqueles que têm o poder de provocar efeitos materiais, ou manifestações ostensivas"; os segundos, "os que são mais especialmente próprios a receber e a transmitir comunicações inteligentes" (O Livro dos Médiuns, parágrafo 187). Para fins didáticos, é conveniente subdividir a categoria de efeitos inteligentes em dois grupos: efeitos sensoriais (percepção da realidade espiritual na forma de uma impressão dos sentidos) e efeitos intelectuais propriamente ditos (transmissão de uma mensagem inteligente, seja pela palavra escrita, oral, por gestos, etc.).
O quadro abaixo é uma adaptação do que foi elaborado por Jayme Cerviño em seu livro Além do Inconsciente, e reúne, evidentemente, apenas as modalidades mais importantes e conhecidas. Nesse interessante e original livro, o autor extrai dos estudos clássicos da psicologia experimental e da neurofisiologia, bem como de investigações sérias sobre os fenômenos espíritas, deduções sobre as regiões do encéfalo [Nota #5] associadas às diferentes maneiras pelas quais se produzem tais fenômenos. Vemos nesses estudos um reforço às idéias de André Luiz, que discutimos acima.
EFEITOS INTELECTUAIS (mediunidade de expressão cortical)
  • Efeitos estritamente intelectuais (córtex frontal)
  • Intuição
  • Psicografia
  • Psicofonia
  • Psicopraxia
  • Efeitos sensoriais (córtex extrafrontal)
  • Vidência
  • Audiência
  • Sensitividade
EFEITOS FÍSICOS (mediunidade de expressão subcortical)
  • Telergia
  • Sons
  • Luzes
  • Odores
  • Movimentos
  • Curas
  • Teleplastia
  • Materializações
  • Somatização
  • Transfiguração
  • Estigmatização

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