INIMIGOS E OPOSITORES
Emmanuel
Não olvides que a
vida é um processo de luta edificante em que todos nos influenciamos, uns
aos outros, para que o trabalho gere o conhecimento e amadureça o fruto da
educação.
Não vale chorar e
reclamar nas algemas do desânimo para que nossos desafetos se modifiquem.
É imprescindível que
a nossa atuação lhes alcance a estrada, inclinando-lhes o coração a novo
modo de ser.
Não ignoramos que as
mais belas teorias de aperfeiçoamento e progresso permanecem inoperantes e
estacionárias, quando não encontram a base do exemplo e a movimentação do
serviço a lhes concretizarem as linhas essenciais.
Saibamos receber
nossos inimigos, desencarnados ou não, à conta de instrutores, de cujo
contacto será justo retirar as melhores vantagens em nosso próprio favor,
oferecendo-lhes não apenas nossas lágrimas comoventes ou nossas frases
brilhantes, mas, sobretudo, o nosso próprio esforço na construção do bem,
através do qual recolham as sugestões de nosso campo renovado e feliz,
para que se desvencilhem, por fim, das cadeias de sombra a que se agregam.
Recorda que o malho,
se desfigura a bigorna, também termina por sua vez em deplorável desgaste,
mas desse atrito inquietante nasce a utilidade doméstica que te atenua a
preocupação e o cansaço.
Não te esqueças de
que o arado, dilacerando o solo, acaba igualmente desmantelado e ferido,
entretanto, desse choque de forças surge o pão que te supre a mesa.
Aprendamos a extrair
da intimidade com os opositores, no silêncio da compreensão e no
devotamento ao dever, os valores da experiência que acumularão em nossas
próprias almas os tesouros incorruptíveis da vida.
Emmanuel - Francisco Cândido Xavier - Livro Inspiração
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