ASSIM OS FIZEMOS
Irmão Saulo
Os familiares desagradáveis são hoje o que
deles fizemos ontem. Nada acontece por acaso, sem razão, em nossas vidas.
Por isso diz Emmanuel: "Talvez o contato deles agora nos desagrade pela
tisna de sombra que já deixamos de ter ou de ser.". Nesta própria
existência terrena isso acontece com freqüência. Ao nos tornarmos adultos
não suportamos as peraltices das crianças, sem nos lembrarmos das que
também já fizemos quando crianças. Ao nos enriquecermos não toleramos os
peditórios ou a incapacidade dos parentes pobres, esquecidos do que
fazíamos quando necessitados. Ao nos ilustrarmos não suportamos nos outros
a ignorância em que ontem vivíamos.
Educamos mal os nossos filhos e muitas vezes
os deseducamos a gritos e pancadas. Mas quando eles crescem não suportamos
o seu comportamento desrespeitoso, pelo qual somos responsáveis. Não os
corrigimos em criança nem os ajudamos na adolescência, mas os fizemos
desorientados e depois não os toleramos. Nas vidas sucessivas, através das
reencarnações, procedemos também dessa maneira. E quando eles voltam ao
nosso convívio não queremos aceitar e muito menos corrigir os seus
defeitos.
Na verdade, se não os aceitarmos hoje como
são, teremos de aceitá-los amanhã, pois as leis da vida exigem, segundo
ensinou Jesus, que nos entendamos com os companheiros "enquanto estivermos
a caminho com eles". A fuga aos deveres atuais será paga mais tarde com os
juros devidos. Usando o livre arbítrio podemos rejeitá-los hoje, mas a
contabilidade divina anotará o nosso débito para depois, com os acréscimos
legais. O item 8 do Capítulo XIV de O Evangelho Segundo o Espiritismo
trata do problema das famílias corporais e espirituais e o item 9 desse
mesmo capítulo nos explica a mecânica dos pagamentos de dívidas morais
através da reencarnação. Os que desejarem aprofundar este problema devem
ler com atenção os dois tópicos citados.
Do livro “Na Era do Espírito”. Psicografia
de Francisco C. Xavier e Herculano Pires. Espíritos Diversos
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