AFLIÇÕES
Emmanuel
Os aflitos classificam-se em variadas
expressões.
Temos aqueles que choram por se sentirem
inibidos para a extensão do mal...
Há quem se torture por não conseguir
vingar-se.
Existem os que se declaram infelizes com a
prosperidade do próximo e se enfurecem com a impossibilidade de lhes
ultrapassar o progresso econômico ou espiritual
Aparecem aqueles que se afirmam desditosos
por não poderem competir com o luxo de quem se confia à extravagância e à
loucura.
Surgem muitos em lágrimas de inveja e
despeito, à frente dos vizinhos, interessados na educação e na melhoria da
vida.
Há quem se revolte contra as bênçãos do
trabalho e vocifera em desfavor da ordem que lhe assegura as vantagens da
disciplina.
Muitos exibem chagas de inconformação, ante
o sofrimento que eles próprios improvisaram.
Há infinitos gêneros de aflição no vasto
caminho da vida.
E, por isso, nem todos os aflitos
podem ser aquinhoados com a glória da bem-aventurança.
A palavra do Cristo se dirige àqueles que
fizeram da dor um instrumento para a elevação de si mesmos, assim como o
artista se vale da pedra, a fim de burilar a obra prima de estatuária.
Acautela-te, se conservas alguma aflição
particular.
A angústia, muitas vezes, pode ser
antecâmara do desequilíbrio.
Converte o teu problema ou a tua mágoa
em motivo de superação das próprias fraquezas, à maneira do lidador que
aproveita o obstáculo para atingir os seus mais altos objetivos, e então
terás convertido as inquietações do mundo em bem-aventuranças para a
felicidade sem fim.
Do livro Instrumentos do Tempo. Psicografia
de Francisco Cândido Xavier.
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