XXV - ORAÇÃO
André Luiz
MEDIUNIDADE E RELIGIÃO – Misturada à magia vulgar, a mediunidade é de tosos
os tempos no mundo.
Confundida entre os totens e manitus, nas raças primitivas, alteia-se,
gradativamente, e surge, suntuosa e complexa, nos templos iniciáticos dos
povos antigos, ou rebaixada e desordenada, entre os magos da praça pública.
Ocioso seria enumerar sucessos e profecias, constantes dos livros sagrados
das regiões, nas épocas anciãs.
A
cada passo, nas recordações de todas elas, encontramos referências a
manifestações de anjos e demônios, evocações e mensagens de seres
desencarnados, visões e sonhos, encantamentos e exorcismos.
REFLEXO CODICIONADO E MEDIUNIDADE – Em toda a parte, desde os amuletos das
tribos mergulhadas em profunda ignorância até os cânticos sublimados dos
santuários religiosos dos tempos modernos, vemos reflexo condicionado,
facilitando a exteriorização de recursos da mente, para o intercâmbio com o
plano espiritual.
Talismãs e altares, vestes e paramentos, símbolos e imagens, vasos e
perfumes, não passam de petrechos destinados a incentivar a produção de
ondas mentais, nesse ou naquele sentido, atraindo forças do mesmo tipo que
as arremessadas pelo operador dessa ou daquela cerimônia mágica ou religiosa
e pelas assembléias que os acompanham, visando a certos fins.
E
compreendendo-se que os semelhantes se atraem, o bruxo que se vale da
mandrágora para endereçar vibrações deprimentes a certa pessoa, a esta
procura induzir à emissão de energias do mesmo naipe com que, à base de
terror, assimila correntes mentais inferiores, prejudicando a si mesma,
sempre que não possua a integridade da consciência tranqüila; o sacerdote de
classe elevada, toda vez que aproveita os elementos de sua fé para consolar
um espírito desesperado, está impelindo-o à produção de raios mentais
enobrecidos, com os quais forma o clima adequado à recepção do auxílio da
Esfera Superior; o médico que encoraja o paciente, usando autoridade e
doçura, inclina-o a gerar, em favor de si mesmo, oscilações mentais
restaurativas, pelas quais se relaciona com os poderes curativos estuantes
em todos os escaninhos da Natureza; o professor, estimulando o discípulo a
dominar o aprendizado dessa ou daquela expressão, impulsiona-o a condicionar
os elementos do próprio espírito, ajustando-lhe a onda mental para
incorporar a carga de conhecimento de que necessita.
GRANDEZA DA ORAÇÃO – Observamos em todos os momentos da lama, seja no
repouso ou atividade, o reflexo condicionado (ou ação independente da
vontade que se segue, imediatamente, a uma excitação externa) na base das
operações da mente, objetivando esse ou aquele gênero de serviço.
Daí resulta o impositivo da vigilância sobre a nossa própria orientação, de
vez que somente a conduta reta sustenta o reto pensamento e, de posse do
reto pensamento, a oração, qualquer que seja o nosso grau de cultura
intelectual, é o mais elevado toque de indução para que nos coloquemos,
para logo, em regime de comunhão com as Esferas Superiores.
De
essência divina, a prece será sempre o reflexo positivamente sublime do
espírito, em qualquer posição, por obrigá-lo a despedir de si mesmo os
elementos mais puros de que possa dispor.
No
reconhecimento ou na petição, na diligência ou no êxtase, na alegria ou na
dor, na tranqüilidade ou na aflição, ei-la exteriorizando a consciência que
a formula, efusões indescritíveis, sobre as quais as ondulações do /céu
corrigem o magnetismo torturado da criatura, insulada no sofrimento
educativo da Terra, recompondo-lhe as faculdades profundas.
A
mente centralizada na oração pode ser comparada a uma flor estelar, aberta
ante o Infinito, absorvendo-lhe o orvalho nutriente de vida e luz.
Aliada à higiene do espírito, a prece representa o comutador das correntes
mentais, arrojando-as à sublimação.
EQUILÍBRIO E PRECE – É indispensável compreender que a Inteligência
encarnada conta com múltiplos meios de preservar o corpo físico em que se
demora.
Além dos inestimáveis serviços da pele e da mucosa intestinal que o defendem
das intromissões indébitas de elementos físicos e químicos, prontos a lhe
arruinarem a estabilidade, o homem consegue mobilizar todo um sistema de
quimioterapia bacteriostática levada a efeito por determinadas unidades
microbianas sobre outras, na vanguarda dos processos imunológicos.
É
possível, então, coibir, com relativa segurança, a febre tifóide, as
disenterias, a tuberculose, as riquetsioses, a psitacose, as infecções
pulmonares e urinárias, etc.; entretanto, não acontece o mesmo, quando nos
reportamos à atmosfera psicológica em que toda criatura se submerge na vida
social do Planeta.
Visto a distância, o homem, na arena carnal, pode ser comparado a um viajor
na selva de pensamentos heterogêneos, aprendendo, por intermédio de rudes
exercícios, a encontrar o seu próprio caminho de libertação e de ascese.
Mentalmente exposto a todas as influências psíquicas, é imperioso se eduque
para governar os próprios impulsos, aperfeiçoando-se moral e
intelectualmente, para que se lhe aprimorem as projeções.
No
que tange à saúde e manutenção do corpo e no que se refere à aquisição de
conhecimentos, utiliza a consulta a médicos e nutricionistas, professores e
orientadores diversos. É natural, dessa forma, se valha da prece para
angariar a inspiração de que precisa, a fim de afinizar-se com as diretrizes
superiores.
No
circuito de forças estabelecido com a oração, a alma não apenas se predispõe
a regenerar o equilíbrio das células viciadas ou exaustas, através,
espontaneamente, assimilando os raios da Vida Mais Alta a que se dirige, mas
também reflete as sugestões iluminativas das Inteligências desencarnadas de
condições mais nobre com as quais se coloca em relação.
PRECE E RENOVAÇÃO – Na floresta mental em que avança, o homem freqüentemente
se vê defrontado por vibrações subalternas que o golpeiam de rijo,
compelindo-o à fadiga e à irritação, sejam elas provenientes de ondas
enfermiças, partidas dos desencarnados em posição de angústia e que lhe
partilham o clima psíquico, ou de oscilações desorientadas dos próprios
companheiros terrestres desequilibrados a lhe respirarem o ambiente. Todavia
tão logo se envolva nas vibrações balsâmicas da prece, ergue-se-lhe o
pensamento aos planos sublimados, de onde recolhe as idéias transformadoras
dos Espíritos benevolentes e amigos, convertidos em vanguardeiros de seus
passos, na evolução.
Orar constitui a fórmula básica da renovação íntima, pela qual divino
entendimento desce do Coração da Vida para a vida do coração.
Semelhante atitude da alma, porém, não deve, em tempo algum, resumir-se a
simplesmente pedir algo ao Suprimento Divino, mas pedir, acima de tudo, a
compreensão quanto ao plano da Sabedoria Infinita, traçado para o seu
próprio aperfeiçoamento, de traçado para o seu próprio aperfeiçoamento, de
maneira a aproveitar o ensejo de trabalho e serviço no bem de todos, que vem
a ser o bem de si mesma.
MEDIUNIDADE E PRECE – A mediunidade, na ordem superior da vida, esteve
sempre associada à oração, para converter-se no instrumento da obra
iluminativa do mundo.
Entre os egípcios e hindus, chineses e persas, gregos e cipriotas, gauleses
e romanos, a prece, expressando invocação ou louvor, adoração ou meditação,
é o agente refletor do Plano Celeste sobre a alma do homem.
Orando, Moisés recolhe, no Sinai, os mandamentos que alicerçam a justiça de
todos os tempos, e igualmente em prece, seja nas margens do Genesaré ou em
pleno Tabor, respirando o silêncio de Getsêmani ou nos braços da cruz, o
Cristo revela na oração o reflexo condicionado de natureza divina,
suscetível de facultar a sintonia entre a criatura e o Criador.
Do
livro: Mecanismos da Mediunidade
Psicografia: Francisco Candido Xavier e Waldo Vieira
Psicografia: Francisco Candido Xavier e Waldo Vieira
Pelo
Espírito de : André Luiz
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