REENCARNAÇÃO E PROGRESSO
Emmanuel
Questão nº196
Comentando as
necessidades da reencarnação, anotemos alguns quadros da natureza.
O celeiro é a casa
ideal das sementes.
Aí se congregam
todas, em saborosa intimidade, e quando semelhante reunião se delonga em
demasia degeneram-se na essência, por ação de agentes químicos,
tornando-se imprestáveis.
Conduzidas, porém,
ao replantio, embora padeçam solidão e abandono nas vicissitudes do solo,
voltam de novo à glória da vida, em forma de verdura e flor, espiga e
pão...
A gleba de calcário
friável é, comumente, o refúgio de numerosos tratos de argila que aí
descansam, às vezes por séculos, através de lentas modificações sem maior
proveito; entretanto, se trazidos ao clima esfogueante do forno,
materializam nobres sonhos do oleiro, atendendo a largas tarefas de
utilidade em planos superiores.
Além da morte
física, pode a alma retemperar-se ao calor de afeições caras, condicionada
ao campo de afinidades em que se lhe expressam emoções e desejos; todavia,
superada a fase de justo refazimento, aparece a ociosidade que, se
mantida, faz que o espírito por muito tempo se mantenha estanque, ante a
luz do progresso.
É por isso que a
reencarnação se mostra imprescindível e inadiável...
Determinado
companheiro terá resolvido os problemas da sexualidade inferior, mas
guardará consigo a febre da cupidez. Outro sentir-se-á liberado das
tentações da usura, entretanto permanecerá em conflito com o vício da
inconformação.
Alguém terá vencido
o hábito da rebeldia sistemática, mas sofrerá em si mesmo o estilete
magnético do ciúme. Esse e aquele amigo se revelarão livres dessa praga
mental, contudo, sustentam-se, ainda, algemados à vaidade infantil ou ao
orgulho tirânico.
E para que chagas
ocultas sejam extirpadas de nossa alma é imperioso nos voltemos para o
renascimento na arena física, onde encontraremos a adversidade naqueles
que não pensam por nossas medidas, para que aprendamos a respirar nas
dimensões da vida maior.
Em nosso presente
estágio de evolução, será preciso renascer, na Terra ou noutros mundos que
se lhe assemelhem, tantas vezes quantas se fizerem necessárias, não
somente no resgate dos erros e culpas do pretérito, em louvor da Justiça,
mas também no aperfeiçoamento de nós mesmos, em obediência ao amor.
Toda máquina algo
produz vencendo a inércia pela força do movimento e toda fonte que
desistisse de caminhar, com receio de pedra e lodo, nada mais seria que
água parada na calmaria do charco.
O mundo é, assim,
nossa escola.
A família
consanguínea é o grupo estudantil a que pertencemos.
O lar é a banca da
experiência.
Amigos representam
explicadores.
Adversários
desempenham o papel de fiscais.
Os parentes difíceis
são cadernos de prova.
O trabalho
espontâneo no bem é o curso da iluminação interior que podemos aproveitar
segundo a nossa vontade.
E sendo Jesus o
nosso Divino Mestre, a cada instante da vida a dificuldade ser-nos-á como
bênção portadora de preciosas lições.
(De "Religião dos
Espíritos", de Francisco Cândido Xavier, pelo Espírito Emmanuel)
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