terça-feira, 29 de maio de 2012

Ação da prece ::

CONDIÇÕES E EFICÁCIA DA PRECE

Campos do Jordão - SP


Cada trabalhador tem seu instrumento de trabalho, o pintor o pincel, o médico o estetoscópio, o pedreiro a colher. Mas tem um instrumento que é comum a todos, é de uma eficácia tão grande que até a ciência vem comprovando seu poder.

Ele pode ser utilizado por todos, da criança ao idoso, do são ao doente, enfim pode ser utilizado por todos, em benefício de si mesmo ou do próximo, para o que está perto e do que está longe, não importa a distância, se está encarnado ou desencarnado, pois alcança a todos. Sua eficiência esta ligada à sinceridade na sua utilização.

A Doutrina Espírita proclama a eficácia da prece não como sistema ou dogma, mas como resultado de observações e experiência que permitiram constatar a sua eficiência e o modo de ação.

Já está provado pela ciência que o pensamento é um tipo de energia plástica que pode ser manipulado, que já chegou a ser fotografado por aparelhos especiais e até imprimir-se pela sua força em chapas fotográficas.

Por isso, mais do que nunca, podemos compreender o verdadeiro significado da prece, como pensamento direcionado e amplificado pela nossa vontade. O pensamento sendo um fluído ele é elemento condutor dessa potente energia plasmadora. Através do fluído o pensamento se expande e sobre ele atua, concretizando idéias e materializando expectativas.

A prece eficaz não tem nada a ver com aquela idéia desgastada de que basta rogar a Deus e o milagre ocorre, pois, se nossa atitude for passiva ou de comodismo, na ilusão milenar do salvacionismo pelas mãos alheias. Não se trata, também de um pedido angustiado e aflito de preces repetitivas onde as palavras perdem o sentido, perdendo-se, também, o pensamento, nem tampouco de uma negociação onde trocamos graças por promessas, a prece não precisa de intermediários que prometem mediante pagamento, interceder e estabelecer “contato divino” em nosso nome.

A prece é a utilização consciente da força que somos dotados, direcionando-a a um objetivo através da nossa vontade. Allan Kardec nos explica que a vontade é atributo especial do espírito, é o pensamento que atingiu certo grau de energia.

A Doutrina Espírita nos ensina que a prece é justamente o encaminhamento fluídico do nosso pensamento, por meio da nossa vontade, alimentada e reforçada pelos anseios sinceros, a prece não tem fórmulas mágicas.

A melhor prece é fazer o bem evitando-se o mal.

Ação da prece ::


BREVES REFLEXÕES SOBRE A EFICÁCIA DA PRECE
"A mediunidade curadora não vem suplantar a medicina e os médicos; vem simplesmente provar que há coisas que eles não sabem e os convidar para estudá-las; que a natureza tem recursos que eles ignoram; que o elemento espiritual que eles desconhecem, não é uma quimera, e que, quando o levarem em conta abrirão novos horizontes à ciência e terão mais êxitos do que agora" [1]
Existem pesquisas sobre os efeitos da prece na saúde das pessoas. Uma delas foi realizada pelo Laboratório de Imunologia Celular da Faculdade de Medicina da Universidade de Brasília, com a participação ativa de mais de cinqüenta e dois estudantes de medicina durante o período de 2000 a 2003. A pesquisa, segundo divulgação no final de outubro, nos principais jornais do País, apresentou resultados positivos que se materializam no aumento da estabilidade celular dos indivíduos que receberam a prece.
De acordo com o estudo em foco um dos principais mecanismos de defesa do organismo - a fagocitose(*) - pode ter a função estabilizada com preces feitas à distância. “Na análise dos cinqüenta e dois voluntários, a cada semana, uma dupla fornecia amostras de sangue e respondia a um questionário sobre estresse. Encaminhava-se uma foto do voluntário, identificada apenas pelo nome, a um grupo de dez religiosos de diferentes credos, que, por uma semana, faziam preces para aquela pessoa. Coordenada pelo professor de imunologia Carlos Eduardo Tosta, a pesquisa demorou três anos para ser concluída..[1]
A prece atua sobre indivíduos sadios, influenciando o sistema imunológico, segundo estudo pioneiro realizado no ano de 1988, no Hospital Geral de São Francisco, na Califórnia. Nesse hospital “foi possível comprovar que os pacientes que receberam preces apresentaram significativas melhoras, necessitando inclusive de menor quantidade de medicamentos”.[2] Para nós, espíritas, ela se reveste de características especiais, pois “a par da medicação ordinária, elaborada pela Ciência, o magnetismo nos dá a conhecer o poder da ação fluídica e o Espiritismo nos revela outra força poderosa na mediunidade curadora e a influência da prece [3] Allan Kardec, ao emitir seus comentários na questão 662 de O Livro dos Espíritos, afirma que “o pensamento e a vontade representam em nós um poder de ação que alcança muito além dos limites da nossa esfera corporal”.[4] A rigor “a eletricidade é energia dinâmica; o magnetismo é energia estática; o pensamento é força eletromagnética[5].Considerando-se a propriedade do fluido magnético para que nos influenciemos mutuamente, e “reconhecendo-se a capacidade do fluido magnético para que as criaturas se influenciem reciprocamente, com muito mais amplitude e eficiência atuará ele sobre as entidades celulares do Estado Orgânico – particularmente as sanguíneas e as histiocitárias -, determinando-lhes o nível satisfatório, a migração ou a extrema mobilidade, a fabricação de anticorpos ou, ainda, a improvisação de outros recursos combativos e imunológicos, na defesa contra as invasões bacterianas e na redução ou extinção dos processos patogênicos (...)”[6]
Muito se tem dito a respeito da prece, mas muito pouco ainda conhecemos do seu mecanismo de funcionamento. Por isso mesmo, pouco a valorizamos, e por vezes até a esquecemos. É até um procedimento compreensível, uma vez que o Espiritismo é uma Doutrina relativamente jovem com aproximadamente 150 anos, e a análise de seus aspectos científicos requer conhecimentos básicos, sem os quais não entenderíamos as suas explicações, precisaríamos então ter noções de física, ciências, biologia, fluidos, magnetismo, eletromagnetismo, eletricidade, telecomunicações, etc. Mas, uma coisa é clara, a prece não pode mudar a natureza das provas pelas quais o homem tem que passar, ou até mesmo desviar-lhe seu curso, e isto porque elas estão nas mãos de Deus e há as que devem ser suportadas até o fim, mas Deus leva sempre em conta a resignação.
Muitas vezes surgem aqueles que contestam a eficácia da prece, alegando que, pelo fato de Deus conhecer as necessidades humanas, torna-se dispensável o ato de orar, pois sendo o Universo regido por leis sábias e eternas, as súplicas jamais poderão alterar os desígnios do Criador. No entanto, não pode perder de mira a assertiva do Mestre “O que quer que seja que pedirdes na prece crede que obtereis, e vos será concedido”.[7]
                Embora as preces que fazemos não irão desviar-nos de nossos problemas e desilusões, elas são um bálsamo reconfortante para a nossa alma enfermiça, pois faz-nos penetrar em estados de suave sossego e gozos que somente aquele que ora é capaz de decifrar. Tem, assim, a prece o inefável dom de dar-nos forças para suportarmos lutas e problemas, internos e externos, de colocar-nos em posição de vencermos obstáculos que, antes, pareciam irremovíveis.Kardec dava tanta importância ao ato de pensar que um dia escreveu no livro "A Gênese": "O pensamento produz uma espécie de efeito físico que reage sobre o moral: é isso unicamente o que o Espiritismo poderia fazer compreender".[8]
É o pensamento que dá qualidade curativa aos fluidos, que existem em estado natural ao nosso redor. É ele que transforma o fluido inerte em energia capaz de recompor um tecido doente ou reduzir os males de ordem espiritual que afetam os indivíduos.
É o pensamento também o fio que nos permite estabelecer um relacionamento positivo com os espíritos, que participam das atividades curadoras. Mas, ao mesmo tempo em que nos permite tudo isso, ele também poderá nos ligar a espíritos cuja presença será prejudicial ao ato de curar. Toda moeda tem dois lados, as leis da natureza são estradas de duas mãos. A mente é fonte de energia curativa ou de energia destruidora.
A prece é, sem dúvida, um dos meios pelos quais a cura de um mal pode ser alcançada. Mas é, também, um meio dos mais difíceis, haja vista a pequena capacidade mental que temos para orar. Isto porque a oração tem sido um ato mecânico, que se realiza pelos lábios. Contudo, a prece é algo que depende enormemente do pensamento e da vontade. Sem esses dois requisitos, a prece se transforma em algo sem maior valor. Destarte, cremos que a temática prece deveria se constituir em matéria de constante estudo nos centros espíritas, porém, estudo sério e não se tornar objeto de considerações puramente místicas, que impedem alcançar a sua essência e importância.

[1]Publicado no Jornal  Folha de São Paulo em 09.Julho de 2004.
[2]Artigo de Kátia Penteado  intitulado Efeitos da Prece na Saúde : a Ciência confirma a Doutrina Espírita  Nov/2004
[3]Kardec, Allan. Evangelho Segundo o Espiritismo, Rio de Janeiro: Ed FEB, 2004, Cap28, item77.
[4]Kardec, Allan. O Livro dos Espíritos, Rio de Janeiro: Ed FEB, 2000, questão 662.
[5] Xavier, Francisco Cândido. Pensamento e Vida, 9ª ed. Rio de Janeiro: FEB, 1991. P.16
[6]Xavier, Francisco Cândido. Evolução em Dois Mundos, 16ª ed. Rio de Janeiro: FEB, 1998, in: Passe magnético.
[7] Marcos 11:24
 
(*) Incorporação de partículas sólidas por uma célula mediante o envolvimento daquelas por esta.  [Esse processo não implica penetração da membrana celular e serve à nutrição e de defesa contra elementos estranhos ao organismo
Artigo gentilmente cedido por Jorge Luiz Hessen
Servidor público Federal, Expositor Espírita na região de Brasília e Goiás,
Articulista das Revistas "Reformador", "O Espírita" e "Brasília Espírita "
E-Mail: jorgehessen@gmail.com
Site: http://meuwebsite.com.br/jorgehessen

segunda-feira, 28 de maio de 2012

Ação da prece ::

Fisiologia da Oração: a oração no Evangelho 
Seria a oração um diálogo com todos os níveis de consciência do ser? Saiba o quanto é importante a qualidade da oração para a eficácia da prece.

Ação da prece ::

O Poder da Prece

Octávio Caúmo Serrano

Uma pobre senhora, com visível ar de derrota estampado no rosto, entrou num armazém, aproximou-se do proprietário, conhecido pelo seu jeito grosseiro, e lhe pediu fiado alguns mantimentos. Ela explicou que o seu marido estava muito doente e não podia trabalhar e que tinha sete filhos para alimentar.
O dono do armazém zombou dela e pediu que se retirasse do seu estabelecimento.
Pensando na necessidade da sua família ela implorou: “Por favor senhor, eu lhe darei o dinheiro assim que eu tiver...”, ao que ele respondeu ela não tinha crédito e nem conta, na sua loja.
Em pé, no balcão ao lado, um freguês que assistia à conversa entre os dois, se aproximou do dono do armazém e lhe disse que ele deveria dar o que aquela mulher necessitava para a sua família, por sua conta.
Então, o comerciante falou, meio relutante, para a pobre mulher: “Você tem uma lista de mantimentos?” “Sim”, respondeu ela. “Muito bem, coloque a sua lista na balança e o quanto ela pesar, eu lhe darei em mantimentos”. A pobre mulher hesitou, por uns instantes, e, com a cabeça curvada, retirou da bolsa um pedaço de papel, escreveu alguma coisa e o depositou, suavemente, na balança. Os três ficaram admirados, quando o prato da balança, com o papel, desceu e permaneceu embaixo. Completamente pasmado com o marcador da balança, o comerciante virou-se, lentamente, para o seu freguês e comentou contrariado: “Eu não posso acreditar!”. O freguês sorriu e o homem começou a colocar os mantimentos no outro prato da balança. Como a escala da balança não equilibrava, ele continuou colocando mais e mais mantimentos, até não caber mais nada. O comerciante ficou parado, ali, por uns instantes, olhando para a balança, tentando entender o que havia acontecido. Finalmente, ele pegou o pedaço de papel da balança e ficou espantado, pois não era uma lista de compras e sim uma oração que dizia:
“Meu Senhor, o Senhor conhece as minhas necessidades e eu estou deixando isto em suas mãos...”
O homem deu as mercadorias para a pobre mulher, no mais completo silêncio, que agradeceu e deixou o armazém. O freguês pagou a conta e disse: “Valeu cada centavo...”
Só mais tarde, o comerciante pôde reparar que a balança havia quebrado. Entretanto, só Deus sabe o quanto pesa uma prece...

Ação da prece ::

EFEITOS DA PRECE         
   
     A prece é uma aspiração sublime, à qual Deus concedeu um poder tão mágico que os Espíritos a reclamam constantemente. Orvalho suave, que é como um refrigério para o pobre exilado na Terra e uma ativação frutífera para a alma em prova. A prece age diretamente sobre o Espírito a quem é dirigida; ela não transforma seus espinhos em rosas, mas modifica sua vida de sofrimentos (nada podendo sobre a vontade imutável de Deus) imprimindo-lhe esse impulso de vontade que levante a sua coragem, ao dar-lhe força para lutar contra as provas e as dominar. Por esse meio é abreviado o caminho que conduz a Deus e, como efeito maravilhoso, nada pode ser comparado à prece.
     Aquele que blasfema contra a prece não passa de Espírito inferior, de tal modo terreno e atrasado que nem mesmo compreende que deve apegar-se a essa tábua de salvação para se salvar.
     Orar é uma palavra descida do céu, é a gota de orvalho no cálice de uma flor, é o sustentáculo do caniço durante a tempestade, é a tábua do pobre náufrago na tempestade, é o abrigo do mendigo e do órfão, é o berço para a criança dormir. Emanação divina, é a prece que nos liga a Deus pela linguagem, que o volta para nós; orar-lhe é amá-lo; suplicar-lhe por um irmão é um ato de amor dos mais meritórios. A prece que vem do coração é a chave dos tesouros da graça; é o ecônomo que dispensa benefícios em nome da misericórdia infinita. A alma, elevada para Deus por um desses impulsos sublimes da prece, desprendida de seu invólucro grosseiro, parece apresentar-se cheia de confiança perante Ele, certa de obter o que pede com humildade. Orai! Orai! fazei um reservatório de vossas santas aspirações, que será aberto no dia da justiça. Preparai o celeiro da abundância,  tão precioso durante a carência; escondei o tesouro de vossas preces até o dia escolhido por Deus para distribuir o rico depósito. Acumulai para vós e para os vossos irmãos, o que diminuirá as vossas angústias e vos fará transpor mais rapidamente o espaço que vos separa de Deus. Refleti em vossa miserável natureza, contai vossas decepções, vossos perigos, sondai o abismo profundo aonde vos podem arrastar as paixões, olhai em torno de vós os que caem, e sentireis a necessidade imperiosa de recorrer à prece: é a âncora de salvação que impedirá o esfacelamento do vosso navio, tão sacudido pelas tormentas do mundo. 
(Cidade de Metz - Espírito familiar - R.E. 1861).

Ação da prece ::

Fisiologia da Oração: introdução
Sebastião Camargo inicia uma nova série de Programas a Fisiologia da Oração. Confira nessa edição o que há por trás desse mecanismo tão nobre e milenar que de alguma forma é usada por todos os povos da terra.

Ação da prece ::

A PRECE
1) André Luiz:- "A oração é o compromisso da criatura com o Criador, compromisso de testemunho e esforço, de dedicação aos superiores desígnios. Toda prece, entre nós, deve significar, acima de tudo, fidelidade do coração".(Os Mensageiros);
- "A prece traça fronteiras vibratórias". (Os Missionários da Luz);
- "A prece qualquer que seja ela, é ação provocando a reação que lhe corresponde". (Entre a Terra e o Céu).

2) Emmanuel:- "A prece é o traço de luz que une as almas que se amam, onde quer que encontrem". (Cartas do Coração);
- "A prece é o hino dos corações". (Cartas de uma Morta).
- "A prece deve ser cultivada, não para que se revoguem as disposições da lei divina, mas a fim de que a coragem e a paciência inundem o coração de fortaleza nas lutas ásperas, pórem necessárias. A alma, em se voltando para Deus, não deve ter em mente senão a humildade sincera na aceitação de sua vontade superior". (Emmanuel);
- "Se a inquietação te bate à porta, busca a prece e medita". (Nosso Livro).

3) Humberto de Campos:- "Por prece devemos interpretar todo ato de relação do Homem com Deus, como expressão de agradecimento ou de rogativa, a oração é sempre um esforço da criatura ante a Providência Divina. Os que apenas suplicam, podem ser ignorantes; os que louvam podem ser somente preguiçosos. Todo aquele, porém, que trabalha pelo bem, com as suas mãos e com o seu pensamento, esse é o filho que aprendeu a orar, na exaltação ou nas rogativas, porque em todas as circunstâncias será fiel a Deus, consciente de que a vontade do Pai é mais justa do que a sua própria". (Boa Nova).

4) Isabel Campos:- "Aprece é como uma escada invisível, por onde subimos aos mais altos campos da experiência humana. Por intermédio dela, nossa alma recebe forças multiplicadas e só mesmo junto a essa fonte bendita, poderemos encontrar o suprimento de energias em que vamos vencendo as provas redentoras". (Cartas do Coração).

5) Casimiro Cunha:- "Cumpre sempre os teus deveres,
- Trabalho e realização
- São as preces mais sublimes
- de tua religião". (Cartas do Evangelho);
- "Caridade, gentileza,
Auxílio, calma, perdão
São as preces mais sublimes
No teu altar de oração". (Gotas de Luz).

6) Aggar:- "Na abençoada luz da prece, tudo se transforma em torno de nossos passos, os instrumentos de nossas provações transformam-se em benfeitores de nossa caminhada, os espinhos e pedregulhos dos obstáculos surgem aos nossos olhos, por divinas lições do céu, requisitando-nos à imortal alegria". (Mensagem esparsa).

7) Aparecida:- "Pela prece, encontramos o remédio salutar para as nossas feridas, bálsamo para nossas dores, equilíbrio para as nossas emoções atormentadas". (M.E.).

8) Aura Celeste:- "A prece é o caminho de luz, garantindo o intercâmbio do céu com a Terra". (Nosso Livro).


Fonte:Trabalho confeccionado pelo Departamento de Juventude da União Espírita MIneira - U.E.M.
Matéria extraída da Revista Aliança Espírita, outubro de 1982.

Ação da prece ::

A Prece

João Batista Armani

Ao iniciarmos uma doutrinária fazemos uma prece, ao encerrarmos fazemos uma prece, para os trabalhos de passe fazemos uma prece, ao deitarmos fazemos uma prece, ao levantarmos fazemos uma prece, fazemos uma prece nos momentos alegres; e oramos também nos momentos de aflição.
Muito se tem dito a respeito da prece, mas muito pouco ainda conhecemos do seu mecanismo de funcionamento, Por isso mesmo, pouco a valorizamos, e por vezes até a esquecemos.
Já o dissemos em outras ocasiões, que o Espiritismo é uma Doutrina de Tríplice aspecto, Ciência – Filosofia – Religião, mas é comum vermos trabalhos, palestras, cursos e etc, enfocarem quase que essencialmente as partes filosóficas e religiosas, deixando um pouco de lado o seu aspecto científico. É até um procedimento normal, uma vez que o Espiritismo é uma Doutrina relativamente jovem com aproximadamente 150 anos, e a análise de seus aspectos científicos requer conhecimentos básicos, sem os quais não entenderíamos as suas explicações, precisaríamos então ter noções de física, ciências, biologia, fluidos, magnetismo, eletromagnetismo, eletricidade, telecomunicações, etc. Mas nesse trabalho, passaremos uma pequena noção do seu aspecto científico.

Mas afinal, o que é a prece ?

  • Poderíamos dizer que a prece é uma projeção do pensamento, a partir do qual irá se estabelecer uma corrente fluídica cuja intensidade dependerá do teor vibratório de quem ora, e nisto reside o seu poder e o seu alcance, pois nesta relação fluídica o homem atrai para si a ajuda dos Espíritos Superiores a lhe inspirar bons pensamentos. Por que pensamentos? Porque são a origem da quase totalidade de nossas ações.(Primeiro pensamos depois agimos).
  • Poderíamos dizer também que a prece é uma invocação e que por meio dela pomos o pensamento em contato com o ente a quem nos dirigimos.
  • A prece é a expressão de um sentimento que sempre alcança a Deus, quando ditada pelo coração de quem ora.

Pode-se orar para si ou para outrem.

O Espiritismo faz compreender a ação da prece explicando o processo da transmissão do pensamento: quer o ser por quem se ora venha ao nosso chamado, quer o nosso pensamento chegue até ele.
Para compreender o que se passa nessa circunstância, convêm considerar todos os seres, encarnados e desencarnados, mergulhados no mesmo fluido universal que ocupa o espaço, como neste planeta estamos nós na atmosfera. O ar é o veículo do som com a diferença que as vibrações do ar são circunscritas ao planeta Terra, ao passo que as do fluido universal se estendem ao infinito.
Então, logo que o pensamento é dirigido para um ser qualquer na Terra ou no espaço, de encarnado a desencarnado, ou vice-versa, uma corrente fluídica se estabelece de um para o outro, transmitindo o pensamento, como o ar transmite o som. A energia da corrente está na razão da energia do pensamento e da vontade. É por esse meio que a prece é ouvida pelos espíritos onde quer que estejam; que eles se comunicam entre si; que nos transmitem as suas inspirações; que as relações se estabelecem a distância, etc.
Esta é sua visão científica.
Pela prece podemos fazer três coisas louvar, pedir e agradecer (LE, 659).
Mas o que isso significa exatamente?
  • Louvar é enaltecer os desígnios de Deus sobre todas as coisas, aceitando-O como Ser Supremo, causa primária de tudo o que existe, bendizendo-Lhe o nome.
  • Pedir é recorrer ao Pai Todo-Poderoso em busca de luz, equilíbrio, forças, paciência, discernimento e coragem para lutar contra as forças do mal; enfim, tudo, desde que não se contrarie a lei de amor que rege e sustenta a Harmonia Universal.
  • Agradecer é reconhecer as inúmeras bênçãos recebidas, ainda que em diferentes graus de entendimento e aceitação: a alegria, a fé, a bênção do trabalho, a oportunidade de servir, a esperança, a família, os amigos, a dádiva da vida.
As preces devem ser feitas diretamente ao Criador, mas também pode ser-lhe endereçada por intermédio dos bons Espíritos, que são os Seus mensageiros e executores da Sua vontade. Quando se ora a outros seres além de Deus, é simplesmente como a intermediários ou intercessores, pois nada se pode obter sem a vontade de Deus.
A prece torna o homem melhor porque aquele que faz preces com fervor e confiança se torna mais forte contra as tentações do mal, e Deus lhe envia bons Espíritos para o assistir (LE 660).
O essencial é orar com sinceridade e aceitar os próprios defeitos, porque a prece não redime as faltas cometidas; aquele que pede a Deus perdão pelos seus erros, só o obtêm mudando sua conduta na prática do bem. Deste modo, as boas ações são a melhor prece, e por isso os atos valem mais do que as palavras.
Através da prece pode-se ainda fazer o bem aos semelhantes, porque o Espírito que ora, atuando pela vontade de praticar o bem, atrai a influência de Espíritos mais evoluídos que se associam ao bem que se deseja fazer.
Entretanto, a prece não pode mudar a natureza das provas pelas quais o homem tem que passar, ou até mesmo desviar-lhe seu curso, e isto porque elas (..) estão nas mãos de Deus e há as que devem ser suportadas até o fim, mas Deus leva sempre em conta a resignação.
Deve-se considerar, também, que nem sempre aquilo que o homem implora corresponde ao que realmente lhe convém, tendo em vista sua felicidade futura. Deus, em Sua onisciência e suprema bondade, deixa de atender ao que lhe seria prejudicial.
Todavia, as súplicas justas são atendidas mais vezes do que supomos, podendo a resposta a uma prece vir por meios indiretos ou por meios de idéias com as quais saímos das dificuldades.
A prece em favor dos desencarnados não muda os desígnios de Deus a seu respeito; contudo, o Espírito pelo qual se ora experimenta alívio e conforto ao receber o influxo amoroso dos entes que compartilham de suas dores. Além do mais, o efeito benéfico da prece sobre o desencarnado é tal, que pode levá-lo à conscientização das faltas cometidas e ao desejo de fazer o bem:
É nesse sentido que se pode abreviar a sua pena, se do seu lado ele contribui com a sua boa vontade. Esse desejo de melhora, excitado pela prece, atrai para o Espírito sofredor os Espíritos melhores que vêm esclarecê-lo, consolá-lo e dar-lhe esperanças (LE, 664).

Qual a importância da prece?

Lembremo-nos de um exemplo prático. Se não limparmos periodicamente o nosso quintal, a sujeira se acumula, o mato cresce, e há a proliferação de bichos. No campo espiritual, se não limparmos o nosso psiquismo, os espíritos luminosos se afastam(mesmo que temporariamente), as trevas tomam conta favorecendo a ação de espíritos endurecidos.

Deus atende àqueles que oram com fé e fervor?

Deus envia-lhes sempre bons Espíritos para os auxiliarem. Não existem fórmulas especiais de orações. A bondade de Deus não está voltada para as fórmulas e o número de palavras, mas sim para as intenções de quem ora.

O que dizer das orações repetidas inúmeras vezes?

As intermináveis ladainhas e “PAI NOSSOS”, repetidos algumas vezes, as rezas pronunciadas com os lábios apenas, que o coração não sente e a inteligência não compreende, não têm valor perante Deus. Jesus disse: “Não vos assemelheis aos hipócritas que pensam que pelo muito falar serão ouvidos” (Mateus C6:V7). O essencial é orar bem e não muito.

Por que existe então, mesmo no espiritismo, orações ditadas por espíritos e publicadas em livros?

Para ensinar aos homens a raciocinar quando se dirigem a Deus e fazê-lo não só por meio de palavras, como também pelo sentimento e com inteligência. Estas orações não constituem rituais, uma vez que, no espiritismo não existem rituais de nenhuma espécie, nem formalismo.

Por quem devemos orar?

Primeiramente por nós mesmos, por nossos parentes, pelos nossos amigos e inimigos, deste e do outro mundo; devemos orar pelos que sofrem e por aqueles por quem ninguém ora.

O que pedir?

Em Mateus C26:V39, há a passagem amarga do Cristo, que antecedia as suas dores supremas no calvário , onde Ele nos diz: “ Pai, se quiserdes, afasta de mim este cálice, mas acima de tudo faça-se a Tua vontade e não a minha”. Demonstrava-nos o Mestre que as Leis Naturais são sábias e justas e que são aplicadas indistintamente. Assim, não peçamos “milagres ou prodígios”, mas tão somente forças para suportar aquilo que não está ao nosso alcance mudar, paciência, resignação, fé e coragem.

Formas da Prece

A prece deve ser curta e feita em segredo, no recôndito da consciência e em profunda meditação. Preces prolongadas ou repetidas, tornam-se cansativas, sonolentas e, muitas vezes, delas não participam o pensamento e o coração.
Assim, a condição da prece está no pensamento reto, podendo-se orar em qualquer lugar, a qualquer hora, a sós ou em conjunto, em pé, deitado, de luz acesa ou apagada, de olhos abertos ou fechado; desde que haja o recolhimento íntimo necessário para se estabelecer a sintonia harmoniosa. Por isto a importância do sentimento amoroso, humilde, piedoso, livre de qualquer ressentimento ou mágoa, dessa maneira o homem irá absorver a força moral necessária para vencer as dificuldades com seus próprios méritos.

Eficácia da Prece

Existem aqueles que contestam a eficácia da prece, alegando que, pelo fato de Deus conhecer as necessidades humanas, torna-se dispensável o ato de orar, pois sendo o Universo regido por leis sábias e eternas, as súplicas jamais poderão alterar os desígnios do Criador. No entanto, o ensinamento de Jesus vem esclarecer que a justiça divina não é inflexível a ponto de não atender os que lhe fazem súplicas. Ocorre que existem determinadas leis naturais e imutáveis que não se alteram segundo os caprichos de cada um. Porém, isso não deve levar à crença de que tudo esteja submetido à fatalidade. O homem desfruta do livre-arbítrio para compor a trajetória de sua encarnação, pois Deus não lhe concedeu a inteligência e o entendimento para que não os utilizasse.
Existem acontecimentos na vida atual aos quais o homem não pode furtar-se; são conseqüências de falhas e deslizes de passado que necessitam de reajustes; é a aplicação da Lei de Causa e Efeito e isto explica porque alguns alegam que pedem benefícios a Deus, mas que nunca são concedidos; o que parece, a princípio, contrariar o ensinamento de Jesus citado em Marcos C11:V24 “O que quer que seja que pedirdes na prece, crede que obtereis, e vos será concedido”.
Muitas coisas que na vida presente parecem úteis e essenciais para a felicidade do homem, poderão ser-lhe prejudiciais e esta é a razão por que elas não lhe são concedidas. Contudo, o egoísmo e o imediatismo não permitem que ele perceba com exatidão a eficácia da prece.
Porém, seus efeitos ocorrem segundo os desígnios divinos: A curto prazo na medida em que consola, alivia os sofrimentos, reanima e encoraja; a médio e longo prazo porque pelo pensamento edificante dá-se a aproximação das forças do bem a restaurar as energias de quem ora.
Àquele que pede, Deus está sempre pronto a conceder-lhe a coragem, a paciência, a resignação para enfrentar as dificuldades e os dissabores inerentes à natureza humana, com idéias que lhes são sugeridas pelos Espíritos benfeitores, deixando-nos contudo o mérito da ação, e isto porque não se deve ficar ocioso à espera de um milagre, pois a Providencia Divina sempre ampara os que se ajudam a si mesmos, como asseverou o Mestre:“Ajuda-te e o céu te ajudará” (ESE, Cap. 27, item 7).
Portanto, de tudo o que foi dito anteriormente, podemos concluir que a eficácia da prece está na dependência da renovação íntima do homem, em que deve prevalecer a linguagem do amor, do perdão e da humildade para que ele possa assim, de coração liberto de sentimentos negativos, agradecer a Deus a dádiva da vida.
“Vigiai e Orai” nos recomendou o Mestre (Mateus C26:V41).

Bibliografia:

domingo, 27 de maio de 2012

Paz íntima ::


Mensagem de André Luiz, psicografada por Chico Xavier - 
Astronautas do Além (Ed.GEEM - 1974)

Mensagem :: Quando dói o coração

QUANDO DÓI O CORAÇÃO 

 
Quando dói o coração, todo o corpo dói.
Por que permitimos que as pessoas entrem assim tão dentro da gente a ponto de sairem carregando um pedaço de nós quando partem? Por que nos damos tanto, nos entregamos tanto, nos deixamos tanto em mãos não tão cuidadosas dos nossos sentimentos?
Deveríamos aprender a ficar na margem, olhando de longe a paisagem calma e nos satisfazer dessa visão, como quem se fascina com uma miragem. Mas não nos satisfaz olhar. Humanos que somos, precisamos absolutamente sentir, ao risco de nos afogar... e mergulhamos inteiramente.
E, vida afora, vamos mergulhando em promessas de amor eterno, felicidade infinita e mar de rosas. Não nos questionamos sobre probabilidades de perdas e decepções, pois só de pensar já é doloroso.
Dói... dói... dói e dói!... Mas isso não vai nos impedir de continuar, não vai nos impedir de viver. Pedaços de nós são ainda partes de nós e ninguém disse que precisamos chegar à velhice inteiros e sem marcas.
Isso é vida!!! Não desistir, manter-se de pé, doendo, mas de pé, cabeça erguida na direção do desconhecido e peito cheio de esperança que a próxima vez será diferente.
Grandes artistas obtiveram o melhor das suas obras nos grandes momentos de aflição e dor. Faça o mesmo: Mostre o que de grande há em você tirando partido das suas decepções!
Construa-se!!!
Tenha em mente que não é você que não foi digno daquele amor, mas aquele amor que não foi digno de você. E se faz parte da vida caminhar entre flores e espinhos, não se esquive do caminho.
Caminhe!!!
Amanhã talvez seja diferente. E talvez não. Mas entre as subidas e descidas, você vai ter sobrevivido. E vai ter, sobre tudo, vivido.

Letícia Thompson

Evangelho aos domingos ::


Boa noite, queridos irmãos e irmãs.
Que a Luz do nosso Mestre e Irmão Jesus faça-se morada em nossos corações. E que através dela possamos, assim, exercer a prática desta tão sublime virtude que é a caridade. Ela que clama por nós diariamente.
Jesus, mais uma vez, obrigada por tudo.
Protege-nos com seu manto de amor.
Fiquem todos com Deus.
Assim seja.

Nossa mensagem de hoje é O óbolo da viúva - Capítulo XIII – Que a mão esquerda não saiba o que faz a direita, tradução de J. Herculano Pires – Evangelho segundo o Espiritismo.

O Óbolo da Viúva

5 – E estando Jesus assentado defronte donde era o gazofilácio, observava ele de que modo deitava o povo ali o dinheiro; e muitos, que eram ricos, deitavam com mão larga. E tendo chegado uma pobre viúva, lançou duas pequenas moedas, que importavam um real. E convocando seus discípulos, lhes disse: Na verdade vos digo, que mais deitou esta pobre viúva do que todos os outros que deitaram no gazofilácio. Porque todos os outros deitaram do que tinham na sua abundância; porém esta deitou da sua mesma indulgência tudo o que tinha, e tudo o que lhe restava para seu sustento. (Marcos, XII: 41-44 – Lucas, XXI: 1-4).

            6 – Muita gente lamenta não poder fazer todo o bem que desejaria, por falta de recursos, e se querem a fortuna, dizem, é para bem aplicá-la. A intenção é louvável, sem dúvida, e pode ser muito sincera de parte de alguns; mas o seria de parte de todos, assim completamente desinteressados? Não haverá os que, inteiramente empenhados em beneficiar os outros, se sentirão bem de começar por si mesmos, concedendo-se mais algumas satisfações, um pouco mais do supérfluo que ora não têm, para dar aos pobres apenas, o resto? Este pensamento oculto, talvez dissimulado, mas que encontrariam no fundo do coração, se o sondassem, anula o mérito da intenção, pois a verdadeira caridade faz antes pensar nos outros que em si mesmo.

       O sublime da caridade, nesse caso, seria procurar cada qual no seu próprio trabalho, pelo emprego de suas forças, de sua inteligência, de sua capacidade, os recursos que lhe faltam para realizar suas intenções generosas. Nisso estaria o sacrifício mais agradável ao Senhor. Mas, infelizmente, a maioria sonha com meios fáceis de se enriquecer, de um golpe e sem sacrifícios, correndo atrás de quimeras, como a descoberta de tesouros, uma oportunidade favorável, o recebimento de heranças inesperadas, e assim por diante. Quer dizer dos que esperam encontrar, para os secundar nessas buscas, auxiliares entre os Espíritos? É evidente que eles nem conhecem nem compreendem o sagrado objetivo do Espírito, e menos ainda a missão dos Espíritos, aos quais Deus permite comunicarem-se com os homens. Mas justamente por isso, são punidos pelas decepções. (Livro dos Médiuns, nº 294 e 295).
            Aqueles cuja intenção é desprovida de qualquer interesse pessoal, deve consolar-se de sua impotência para fazer o bem que desejariam, lembrando que o óbolo do pobre, que o tira da sua própria privação, pesa mais na balança de Deus que o ouro do rico, que dá sem privar-se de nada. Seria grande a satisfação, sem dúvida, de poder socorrer largamente a indigência; mas, se isso é impossível, é necessário submeter-se a fazer o que se pode. Aliás, não é somente com o ouro que se podem enxugar as lágrimas, e não devemos ficar inativos por não o possuirmos. Aquele que deseja sinceramente tornar-se útil para os seus irmãos, encontra mil ocasiões de fazê-lo. Que as procure e as encontrará. Se não for de uma maneira, será de outra, pois não há uma só pessoa, no livre gozo de suas faculdades, que não possa prestar algum serviço, dar uma consolação, amenizar um sofrimento físico ou moral, tomar uma providência útil. Na falta de dinheiro, não dispõe cada qual do seu esforço, do seu tempo, do seu repouso, para oferecer um pouco aos outros? Isso também é a esmola do pobre, o óbolo da viúva.

Comentário:

Boa noite meus irmãos, hoje como vimos, a espiritualidade nos traz mais uma mensagem através do nosso evangelho. A mensagem de hoje trata de um assunto importantíssimo para todos os espíritas e cristãos, a caridade. Sim, a caridade é essencial para o autoaprimoramento de cada indivíduo, mas a ‘caridade’ que vemos na televisão, onde empresas e artistas famosos doam milhares de dólares para instituições e afins, não é a verdadeira caridade, pois a verdadeira caridade não pede holofotes, devemos ter cuidado para que nossa mão esquerda não saiba o que dá a mão direita. Mas o que isso significa?  Significa fazer o bem sem esperar algo em troca. A caridade pura e simples não pede aplausos, não é feita para que todos vejam ‘olhe como sou bondoso’. 

Como foi mostrado, quando Jesus nos conta que a viúva doou muito mais do que os outros ricos que passaram por lá, foi justamente por que ela deu tudo o que tinha para si, tudo o que tinha de si para tentar ajudar. Mesmo sem ter muito, materialmente, ela deu o que tinha, e espiritualmente o ato que ela fez é muito mais importante do que o que ela doou. Ela simplesmente foi caridosa. Entenda que não estou falando que os outros que deram, não fizeram de boa intenção, apenas digo que eles deram o que tinham de sobra, e ela tudo o que tinha. 

 “Nós devemos dar de graça o que nos foi dado de graça”, isso é algo que realmente é verdadeiro, nos foi dado saúde, então devemos cuidar dos nossos doentes, nos foi dado inteligência, devemos usá-la para o bem de todos, nos foi dado o livre arbítrio de fazermos tudo o que quisermos, então por que não usá-lo para fazer o dia de todos os nossos irmãos e irmãs mais suaves e leves.
 Esta parábola é muito interessante, rica em conteúdo, possuidora de grande ensinamento. É nesta parábola que percebemos o quanto ainda somos imperfeitos e o quanto ainda temos de nos melhorarmos. Pois, ela nos coloca defronte a nós mesmos. É quando olhamos para nós e nos perguntamos, qual a minha verdadeira intenção perante o próximo? Será que o meu ato é realmente vindo do coração?  É difícil quando o olhar julgador se vira contra nós mesmos, não é? Pois, nosso orgulho é muito maior para assumirmos o quanto ainda somos egoístas e presos aos bens materiais.
 Pois assim, independentemente das condições econômicas, podemos ser conquistadores da harmonia e da felicidade, basta apenas fazer o que estiver ao nosso alcance. Lembremos que o valor não reside na riqueza da doação, tem tanta gente que está à espera de um sorriso ou de um abraço, até de mesmo de um simples aperto de mão, de um ouvido para escutar suas histórias, seus desabafos. Mas é tão difícil agirmos tal como a viúva, não é mesmo.
“O mérito é proporcional ao sacrifício necessário à prática do ato. Quanto mais difícil, mais meritória é a ação e mais ela repercute perante a Consciência Cósmica. Sem dúvida o ideal é fazer o bem sem sequer refletir a respeito de eventuais benefícios.” Por isso, Jesus nos ensina que a mão direita não deve saber o que a mão esquerda faz. O que isso quer dizer? Que dizer que quando realizamos qualquer ato nobre, que seja feito sem alardes, sem divulgações e sem interesses. A caridade não é autopromoção e também não é humilhação. Ninguém é caridoso vangloriando-se e envaidecendo-se. Para fazer caridade não é preciso holofotes. Isso não é caridade, pelo contrário, é vaidade, é egoísmo, é prepotência, é arrogância, é hipocrisia.
Deve-se sim praticar o bem, fazer a caridade, por impulso natural do coração. É ser indulgente, bondoso, humilde e altruísta. É fazer com o os outros o que quer que seja feito conosco. É fazer o bem sem olhar a quem. Porém, como ainda é difícil de realizar este ideal tão sublime, faça-se o bem como for possível. Exerça a prática da caridade sem segundas intenções.
“Apenas um Espírito de bom coração é capaz de sacrificar-se pelo bem alheio, sem esperar nada em troca. Fazer doações que pouco exigem de sacrifício está ao alcance de todos. Doar do que sobra, embora desejável, não é algo difícil. Entretanto, sacrificar-se em prol de um ideal ou de outro ser humano pressupõe uma boa dose de maturidade espiritual. Atos despreendidos e custosos pressupõem assimilação da lei de fraternidade que rege a vida. Para ser generoso, até às últimas consequências, é preciso compreender as superiores finalidades da existência.”
Então meus irmãos, doem o que lhes foi dado de graça, e façam o bem sem ostentação. Vamos começar a praticar a caridade, mas sejamos livres das más intenções, dos julgamentos, dos interesses, de qualquer ato e sentimento que não seja verdadeiro.
Sejamos amor, sejamos puros de coração.
Tenham uma boa noite!
Fiquem com Deus e os anjos.
Abraços de luz!
Equipe Tempo de Luz e Amor.