domingo, 29 de abril de 2012

Evangelho aos domingos ::

Boa noite, queridos irmãos e irmãs!
Estamos aqui mais uma vez trazendo mais uma mensagem esclarecedora do nosso Evangelho Segundo o Espiritismo.
A mensagem de hoje pertence ao capítulo XVII - Sede Perfeitos - tópico 4 "Os Bons Espíritas"
Tradução J. Herculano Pires

Vamos elevar nosso pensamento ao Alto, imaginar a figura do nosso mestre e irmão Jesus e vamos, não só nesta noite de hoje, mas em todos os nossos dias, agradecer a  proteção e carinho recebidos, e todas as oportunidades que recebemos ao longo de nossa caminhada. Que a Tua Luz, irmão maior, irradie em nossos corações e se faça uma constante em nossas vidas, fazendo-nos sempre espíritos melhores a caminho do bem. Abençoá-nos, Senhor, hoje e sempre.
Que tenhamos uma semana de alegrias, paz e luz!

Assim seja.

Os Bons Espíritas

            4 – O Espiritismo bem compreendido, mas sobretudo bem sentido, conduz forçosamente aos resultados acima, que caracterizam o verdadeiro espírita, como o verdadeiro cristão, pois um e outro são a mesma coisa. O Espiritismo não cria uma nova moral, mas facilita aos homens a compreensão e a prática da moral do Cristo, ao dar uma fé sólida e esclarecida aos que duvidam ou vacilam.
            Muitos, porém, dos que crêem na realidade das manifestações, não compreendem as suas conseqüências nem o seu alcance moral, ou, se os compreendem, não os aplicam a si mesmos. Por que acontece isso? Será por uma falta de precisão da doutrina? Não, porque ela não contém alegorias, nem figuras que possam dar lugar a falsas interpretações. A clareza é a sua própria essência, e é isso que lhe dá força, para que atinja, diretamente a inteligência. Nada tem de mistérios, e seus iniciados não possuem nenhum segredo que seja oculto ao povo.
            Seria necessária, então, para compreendê-la, uma inteligência fora do comum? Não, pois vêem-se homens de notória capacidade, que não a compreendem, enquanto inteligências vulgares, até mesmo de jovens que mal saíram da adolescência, apreendem com admirável justeza as suas mais delicadas nuanças. Isso acontece porque a parte, de qualquer maneira,material da ciência, não requer mais do que os olhos para ser observada, enquanto a parte essencial exige um certo grau de sensibilidade, que podemos chamar de maturidade do senso moral, maturidade essa independente da idade e o grau de instrução, porque é inerente ao desenvolvimento, num sentido especial, do espírito encarnado.
            Em algumas pessoas, os laços materiais são ainda muito fortes, para que o espírito se desprenda das coisas terrenas. O nevoeiro que as envolve impede-lhes a visão do infinito. Eis por que não conseguem romper facilmente com os seus gostos e os seus hábitos, não compreendendo que possa haver nada melhor do que aquilo que possuem. A crença nos Espíritos é para elas um simples fato, que não modifica pouco ou nada as suas tendências instintivas. Numa palavra, não vêem mais do que um raio de luz, insuficiente para orientá-las e dar-lhes uma aspiração profunda, capaz de modificar-lhes as tendências. Apegam-se mais aos fenômenos do que à moral, que lhes parece banal e monótona. Pedem aos Espíritos que incessantemente as iniciem em novos mistérios, sem indagarem se tornaram dignas de penetrar os segredos do Criador. São, afinal, os espíritas imperfeitos, alguns dos quais estacionam no caminho ou se distanciam dos seus irmãos de crença, porque recuam ante a obrigação de se reformarem, ou porque preferem a companhia dos que participam das suas fraquezas ou das suas prevenções. Não obstante, a simples aceitação da doutrina em princípio é um primeiro passo, que lhes facilitará o segundo, numa outra existência.
            Aquele que podemos,com razão, qualificar de verdadeiro e sincero espírita, encontra-se num grau superior de adiantamento moral. O Espírito já domina mais completamente a matéria e lhe dá uma percepção mais clara do futuro; os princípios da doutrina fazem vibrar-lhe as fibras, que nos outros permanecem mudas; numa palavra: foi tocado no coração, e por isso a sua fé é inabalável. Um é como o músico que se comove com os acordes; o outro, apenas ouve os sons. Reconhece-se o verdadeiro espírita pela sua transformação moral e pelos esforços que faz para dominar suas más inclinações. Enquanto um se compraz no seu horizonte limitado, o outro, que compreende a existência de alguma coisa melhor, esforça-se para se libertar, e sempre o consegue, quando dispõe de uma vontade firme.

Comentário:
Então meus irmãos, como podemos identificar logo de início que o Espiritismo nada mais é que uma ferramenta facilitadora para o entendimento da doutrina de Cristo, dando aos homens uma grande fé.

Muitos ao ouvirem sobre o Espiritismo, imaginam algo completamente errado da verdade. O Espiritismo não traz nenhum misticismo, ele não é um culto ao espiritual nem ao sobrenatural. Ele presa a inteligência e o raciocínio, “(...)sua essência mesma é a clareza, e é o que a faz poderosa, por que vai direto à inteligência(..
.)”.

No entanto, não achemos que é necessário uma inteligência estupenda para entendê-lo, o Espiritismo é aberto a todos e todos podem usufruir de sua doutrina.

Percebemos que em alguns espíritas há uma prevalência da matéria sobre a moral, do carnal sobre o espiritual.E esses espíritas que acreditam, apenas por fazer parte da religião, e espalham frases feitas e bonitas, sem realmente ter convicção no que dizem. Esses são os espíritas imperfeitos, aqueles que possuem o conhecimento e sabem o que é necessário para o auto-aprimoramento e evolução, mas não o acham importante. Porém, não esqueçamos, que a cada dia é um novo dia, um novo começo. Trabalhemos!

E o verdadeiro espírita? Este está em um grau mais elevado, um verdadeiro cristão. Praticante da caridade e do amor. Humilde e simples. Podemos simplesmente afirmar que ele possui fé, em Deus e na vida, e isso lhe dá uma maior percepção do futuro e uma esperança. Possuindo uma maior facilidade de controlar sua sintonia e ficar em um grau mais elevado, não sucumbindo à carne e aos prazeres materiais.
 
Equipe Tempo de Luz e Amor
Fiquem com Deus e os anjos. Tenham uma semana recheada de amor e paz!
Abraços fraternos!!


Mensagem ::

COM SIMPLICIDADE E AFEIÇÃO 


Diante das pessoas muito feridas por graves dores morais, mantém-te comedido.
Não será o excesso verbal que suavizará a dor.
Procura sentir a origem da aflição, a fim de auxiliares com proveito.
Em certas ocasiões, o silêncio e a afeição pelo aflito realizam milagres de renovação. Em outras, a palavra gentil e esclarecedora produz resultado.
Nem a mudez incômoda, nem o expressar de opiniões complexas e de difícil assimilação.
 Para cada caso, um comportamento próprio.
 Não intentes resolver, num momento, problemas que se vem agravando há muito tempo, nem subestimes o estado angustiante do teu próximo.
 As dores nem sempre são o que representam, mas o que lhes atribuem aqueles que as sofrem.
 Cada um vê um problema pela ótica pessoal.
 O que te é insignificante, para outrem é grave. Muitas outras coisas que te parecem importantes, para outras pessoas nada valem.
A vida são as experiências de cada criatura, segundo seu grau de evolução e seus interesses.
Portanto, age com simplicidade e afeição.
     
.Joanna de Ângelis
 / Médium Divaldo Franco
Livro: Roteiro de Libertação (extrato) - Ed. LEAL

sábado, 28 de abril de 2012

Boa noite, meus amigos e amigas!

O tema da próxima semana será sobre a Perfeição Moral, onde realizaremos um estudo, falando um pouco sobre as virtudes e os vícios, paixões, egoísmo, homem de bem, conhecimento de si mesmo, entre outros assuntos que abordam a temática.

Durante a semana serão postados vídeos, mensagens, artigos, entrevistas etc. relacionados ao tema.

E no fim de semana, como vocês já sabem, será a apresentação do novo tema semanal e o nosso evangelho on-line aos domingos.

Fiquem com Deus e a espiritualidade amiga.
Muita paz e alegria!!

Um abraço apertado!!!
Fiquem com os anjos!!!
 
 

Mensagem ::

VIZINHO E PRÓXIMO

 

 

Crie os laços de simpatia com o vizinho de seu domicílio residencial: a Humanidade inteira está nele representada.

Exercite a fraternidade e a tolerância com ele, proporcionando-lhe gentilezas cativantes. Comece pela saudação amável, mas evite a intimidade que favorece o desrespeito.

Nem a distância que limita; nem a proximidade que confunde.

Propicie tal situação que ele possa contar com você para eventual noite de vigília à cabeceira da enfermidade.

Ou recorrer à sua generosidade, sereno, sem o constrangimento que humilha.

Quando conseguir vencer a antipatia que um vizinho lhe inspira, nele - o próximo bem próximo - você está amando a Humanidade.

Mas não esqueça de cultivar as afeições antigas, que lhe dão agasalho acolhedor.

Renove-se na corrente constante das oportunidades, gerando entendimento e alegria onde você esteja, sem perder ensejo de dilatar a floração do bem.

        
Marco Prisco / Médium Divaldo FrancoLivro: Glossário Espírita Cristão (extrato) - Ed. LEAL

Evolucine ::

Novidades no amor

No meio da agitada rotina, Sandy descobre um namoro nada convencional e se divide entre o trabalho, os filhos e o namorado 20 anos mais jovem.


Curtam mais um Evolucine!
redemundomaior

sexta-feira, 27 de abril de 2012

Pensamentos ::

"A paz é o trocar o armai-vos uns contra os outros, pelo amai-vos uns aos outros"
Divaldo P. Franco


Pluralidade das existências ::

A Vida em Outros Mundos

 Eurípedes Kühl



O escritor Eurípedes Kühl realizou uma intensa pesquisa para falar sobre a vida em outros mundos, sob o ponto de vista do Espiritismo. Ele reuniu os resultados na matéria a seguir, que pode servir de orientação para quem quiser se aprofundar no tema.
Há vida em outros mundos?
Desde que a Astronomia comprovou que a Terra é um planeta a girar em órbita cativa ao Sol, solidariamente com outros planetas, o homem fez a pergunta acima, que muito mais passou a ser repetida quando ficou provado que a quantidade de sóis e planetas é incontável.
Como é a vida em outros mundos, não há um único homem que possa afirmar e comprovar – só devanear, sonhar, ensaiar. Contudo, espíritos mais evoluídos que os terrestres, ao menos, podem informar, mediunicamente.
Nesta oportunidade, estaremos trazendo para os leitores a resposta dada por vários estudiosos, cada um a seu modo. Considerando o caráter eminentemente científico desta revista, que apropria do Espiritismo o que ele oferta sobre vários temas, inicialmente registraremos as premissas espíritas dessa tão apaixonante quanto instigante questão.
Isso posto, socorrendo-nos da síntese, passemos às respostas.

O Livro dos Espíritos

Questões 55 a 59:
  • Sim! Há vida em todos os globos que se movem no Espaço!;
  • Deus povoou de seres vivos os mundos e pensar ao contrário será duvidar de Sua sabedoria [por que o Criador faria coisas (mundos) inúteis?];
  • a constituição física dos habitantes difere de mundo a mundo, embora a forma corpórea, em todos os mundos seja a mesma da do homem terrestre, com menor ou maior embelezamento e perfeição, segundo a condição moral dos habitantes;
  • mundos afastados do Sol têm outras fontes de luz e calor, adequados à constituição dos respectivos habitantes; muitos mundos têm fontes próprias, tais como a eletricidade, com outros empregos, sem compreensão terrena.
Questões 172 a 188:
  • a existência corporal na Terra é das mais grosseiras e das mais distantes da perfeição;
  • as diversas existências físicas do homem podem ser na Terra bem como em outros mundos; o início dessas existências não terá sido aqui, bem como seu término também não o será;
  • a multiplicidade de vidas na Terra proporciona uma enorme gama de aprendizados ao Espírito;
  • em cada mundo há uma gradação de valores morais dos seus habitantes;
  • o conhecimento de detalhes físicos e morais sobre os habitantes de outros mundos perturbaria aos terrestres, daí não lhes ser revelado ainda;(grifamos)
  • infância e duração da existência nos mundos superiores à Terra são mais curtas, aquelas, e mais longas, estas, dado que corpos mais sutis têm menos fatores a miná-los;
  • o perispírito (corpo que reveste o espírito) é formado de matéria específica de cada mundo, sendo que os espíritos puros têm envoltórios “extremamente” etéreos:
Obs.: disseram os espíritos a Allan Kardec, quanto ao grau de evolução dos habitantes do Sistema Solar:
  • Marte: inferior à Terra;
  • Júpiter: muito acima de ambos (na coleção da Revista Espírita, muitos espíritos que habitaram na Terra disseram estar em Júpiter);
  • Sol: não tem habitantes; contudo, é local de reunião de espíritos superiores.

O Livro dos Médiuns

1ª Parte, Cap. I, n° 2:
  • Por que injustificável privilégio este quase imperceptível grão de areia (a Terra), que não avulta pelo seu volume, nem pela sua posição, nem pelo seu papel que lhe cabe desempenhar, seria o único planeta povoado de seres racionais? A razão se recusa a admitir semelhante nulidade do infinito e tudo nos diz que os diferentes mundos são habitados.
1ª Parte, Cap. I, n° 100:
  • em mundos mais adiantados o homem se põe em comunicação com os espíritos com maior facilidade e os vê com freqüência.
2ª Parte, Cap. XXVI, n° 296:
  • as descrições que os espíritos fazem sobre outros mundos devem ser vistas com extrema cautela (grifamos); os bons espíritos dão uma que outra informação sobre os habitantes de diferentes mundos, com o objetivo precípuo do nosso melhoramento moral.

O Evangelho Segundo o Espiritismo

Cap. III, n° 3 e 4:
  • há mundos cujas condições morais dos seus habitantes são inferiores às da Terra; em outros, são da mesma categoria; há mundos mais ou menos superiores e, finalmente, há aqueles nos quais a vida é, por assim dizer, toda espiritual;
  • classificação dos mundos (puramente pedagógica) segundo seu estado moral e destinação:
  1. mundos primitivos: primeiras encarnações da alma;
  2. mundos de expiação e provas: domínio do mal (a Terra é desta classificação);
  3. mundos de regeneração: as almas ainda têm o que expiar, mas ali encontram repouso das fadigas;
  4. mundos ditosos: predomínio do bem;
  5. mundos celestes ou divinos: habitação dos Espíritos depurados; neles, reina exclusivamente o bem.

A Gênese

Cap. XI, n°s 7 a 9:
  • desde toda a eternidade Deus criou mundos materiais e seres espirituais, pois se assim não fora tais mundos careceriam de finalidade;
  • os seres são criados simples e ignorantes, tendo por final a evolução, rumo à angelitude;
  • antes da existência da Terra mundos sem conta haviam sucedido a mundos...

Revista Espírita

Publicação mensal, de 1858 a 1869 sob a direção de Allan Kardec. Já no primeiro ano, Kardec advertia que os textos publicados seriam aqueles referentes aos fatos que chegassem ao seu conhecimento – comunicações mediúnicas (na maioria) e cartas de leitores. A publicação seria realizada desde que contivesse um fim útil aos demais leitores. Dos textos, abstrairia suas próprias idéias, deles sendo apenas editor, ou “inventariante”.
Dessa forma, tudo o que fez publicar ali, contou sim com sua judiciosa seleção, mas não necessariamente expressando seu pensamento. É de se deduzir que, no mínimo, atribuiu aos textos o beneplácito do possível.
Sobre o tema “Vida em outros mundos”, não o detalhou nos livros com os quais codificou o Espiritismo, fazendo-o na Revista Espírita. Por si só, tal fato autoriza-nos imaginar que o mestre lionês, na missionária tarefa de codificar a Doutrina dos Espíritos, optou por dividir sua dedicação em dois projetos:
  • o primeiro, lançar bases espirituais, filosóficas e científicas do Espiritismo, o que fez nas chamadas “obras básicas”;
  • o segundo, publicar, em paralelo, fatos concernentes ou que de alguma sorte pudessem a ela (à Doutrina dos Espíritos) se ligar – fê-lo naRevista Espírita.
É sob esse enfoque que encontramos inúmeros textos na coleção da Revista Espírita, dando pormenores da vida em outros mundos, como por exemplo:

Revista Espírita - Março/1858

Marte: vida inferior à da Terra (Obs.: esse registro corrobora a longa “nota de rodapé” inserta na questão n° 188 de O Livro dos Espíritos, de Abril/1857);
Urano: habitantes com moral mais elevada do que a dos terrestres;
Júpiter: o mais avançado dos planetas do Sistema Solar. Seus habitantes:
  • corpos de conformação semelhante à terrena, mas de maior leveza;
  • deslocam-se roçando ao solo, sem fadiga (como os peixes e as aves);
  • na morte, os corpos não são submetidos à decomposição pútrida: dissipam-se;
  • alimentam-se de frutas, plantas e emanações nutritivas do meio ambiente;
  • expectativa de vida: cerca de 500 anos (quase não há doenças);
  • infância: dura apenas alguns dos nossos meses;
  • linguagem: quase sempre de espírito a espírito (mas há, também, a linguagem articulada);
  • ocupações: puramente intelectuais;
  • vidência (segunda vista): permanente, para a maioria dos habitantes;
  • animais: mais inteligentes que os animais terrestres, mas sem se aproximar do nosso nível; são encarregados dos trabalhos manuais;
  • arquitetura: na Revista Espírita de Agosto/1858, em anexo, foi distribuído detalhado desenho de uma habitação em Júpiter (a casa de Mozart), desenho esse realizado por médium desenhista, muito elogiado por Kardec; entrevistado, mediunicamente, Mozart declarou que tem Cervantes e Zoroastro por vizinhos.

Revista Espírita - Maio/1859

  • Chopin está residindo em um dos mundos atribuídos a espíritos errantes; esses mundos assemelham-se aos acampamentos terrenos, destinados a repouso temporário; os habitantes desses mundos podem deles se afastar, quando queiram.

Revista Espírita - Outubro/1860

  • Marte é a primeira encarnação dos demônios mais grosseiros; são seres rudimentares; sua vida é curta; não são canibais, mas sua vida beira a vida da “idade da pedra”, da Terra; lá, os mares são “furiosos” e não permitem a navegação (Obs.: Vemos aqui outra nota corroborando a questão 188 de O Livro dos Espíritos).

Revista Espírita - Agosto/1862

“O planeta Vênus” é um ditado mediúnico espontâneo, do espírito Georges, o qual comparece em vários números da Revista Espírita. Disse ele sobre Vênus:
  • ar: sutil, como o das altas montanhas terrenas; impróprio para os terrestres; mar profundo e calmo; divisões, querelas e guerras são desconhecidas; artes sublimes substituem a indústria terrestre;
  • habitantes: semelhantes aos da Terra; têm adoração constante e ativa ao Ser Supremo, sem cultos;
  • alimentação: à base de frutas e de lacticínios; ignoram nutrição por carne; não existem doenças;
  • expectativa de vida: infinitamente mais longa do que não o é a prova terrestre; a velhice é o apogeu da dignidade humana;
  • vestes: uniformes, grandes túnicas brancas.

Perfil Moral

Até aqui, caro leitor, todos os nossos passos foram dados na sólida companhia de Kardec. Redobramos nossa admiração por tão competente quanto amiga companhia. Com imenso respeito a todas as religiões, é-nos inescapável verificar que somente o Espiritismo se debruçou sobre o tema que estamos focando, de tamanha transcendentalidade.
Daquilo que encontramos, tanto nas chamadas “obras básicas do Espiritismo”, quanto na Revista Espírita, podemos inferir que:
1° – Por zelo e prudência, os registros, eventuais análises, reflexões e pareceres mencionados por Kardec foram precedidos de expressões do tipo: “este livro (O Livro dos Espíritos) foi escrito por ordem e mediante ditado de Espíritos superiores...”; “do ensino dado pelos Espíritos...”; "todos os Espíritos afirmam e a razão diz que assim deve ser...”; “antes de entrarmos nos detalhes das revelações que os Espíritos nos fizeram...“; “vamos apresentar as respostas que os Espíritos deram...”; “idéias desenvolvidas nesta obra, algumas delas são pessoais, outras hipotéticas, outras são esboços...”; “essa descrição (dada por um Espírito sobre Vênus), sem dúvida, não tem nenhum dos caracteres de uma autenticidade absoluta, e também não a damos senão a título condicional...”.
2° – Assim, lecionando cautela e sabedoria, Kardec, ao tratar da habitabilidade nos diversos mundos, foi econômico quanto a detalhes da vida material neles, trilhando quase que exclusivamente pelo perfil moral dos seus habitantes.
3° – Imaginamos que é por essa causa que não há especificidade na Codificação do Espiritismo (feita por Kardec) sobre as condições físicas da vida nos diferentes mundos. O que temos ali é sempre o enfoque do comportamento, no bem ou no mal, endereçando cada espírito para um mundo consentâneo com seu histórico vivencial-moral, consubstanciando débito e crédito. Em razão desse patrimônio moral, edificado em multiplicadas existências, o espírito terá passaporte para o mundo cuja vida e habitantes se lhe adeqüem em sintonia, e onde, por bondade de Deus, lá o aguardam meios e novas oportunidades de crescimento moral.
Agora, despedindo-nos de Kardec, mas ainda nos trilhos espíritas, vamos caminhar com outras companhias.

Obras Psicografadas

De início, pela abençoada mediunidade de Francisco Cândido Xavier, poderemos “ir a outros mundos” e ver como é a vida (física e moral) por lá.

Cartas de Uma Morta

Livro do espírito Maria João de Deus (mãe de F.C.Xavier), de 1935, cuja segunda edição, de 1937, aparenta ser “edição própria”. Desse livro há uma 8ª edição, de 1978, da LAKE, SP/SP, a cargo do Departamento Editorial Caminheiros do Bem. Nessa obra encontramos dois capítulos referentes a Saturno e a Marte.
Saturno:
  • saturninos são incontestavelmente superiores aos terrestres; não há vícios, nem guerras; utilizam a eletricidade na sua plena possibilidade;
  • têm habitações de estilo gracioso;
  • a autora espiritual viu seres estranhos, extraordinariamente feios, evolucionando-se nos ares, em “gracis movimentos”;
  • os habitantes dedicam-se mais à espiritualidade;
  • as moléstias incuráveis lhes são desconhecidas;
  • a vegetação: é diferente da terrena, pois é azulada;
  • os mares são rosados.
Marte:
  • habitantes: têm grande espiritualidade: sem guerras, só vibrações de paz;
  • os homens são mais ou menos semelhantes aos terrícolas, mas os seus organismos possuem diferenças apreciáveis: além dos braços, têm ao longo das espáduas umas ligeiras protuberâncias, à guisa de asas, que lhes prodigalizam interessantes faculdades volitivas;
  • o ar é muitíssimo mais leve; conhecem os enigmas profundos da eletricidade, que usam com maestria;
  • as edificações são análogas às da Terra;
  • a vida em Marte é mais aérea – poderosas máquinas;
  • embora existam oceanos, há pouca água; sistemas de canalização; poucas montanhas.

Emmanuel

Livro do autor espiritual cujo nome é o título da obra (1938, Ed. FEB, RJ/RJ). Consta no prefácio:
"(...) assim como Marte ou Saturno já atingiram um estado mais avançado em conhecimentos, melhorando as condições de suas coletividades, o vosso orbe (a Terra) tem, igualmente, o dever de melhorar-se, avançando, pelo aperfeiçoamento das suas leis, para um estágio superior, no quadro universal”.

Novas Mensagens

1939, Ed. FEB, RJ/RJ
O autor espiritual (Humberto de Campos) traz um capítulo inteiro sobre visita (em espírito) que fez a Marte:
  • Marte tem cidades fantásticas pela sua beleza inaudita: avenidas extensas e amplas, sendo as construções análogas às da Terra; a vegetação, de tonalidade vermelha, é muito mais exuberante do que a terrena;
  • Marte é “um irmão mais velho e mais experimentado na vida; seus habitantes sempre oram ao Senhor do Universo, em benefício da humanidade terrena”;
  • habitantes têm arcabouço físico algo diferente do terrestre;
  • alimentação: através das forças atmosféricas;
  • (viu) máquinas aéreas possantes que se balouçavam no pé das nuvens; muitas dessas nuvens são produzidas artificialmente, para atender reinos mais fracos da natureza.
Ainda outro espírito, por outro médium, discorreu profusamente sobre Marte:

A Vida no Planeta Marte

O Espírito Ramatís, em psicografia de Hercílio Maes, é autor desse livro (1ª Ed. 1955, Livraria Freitas Bastos, RJ/RJ), que já no nascedouro se tornou polêmico, eis que traz um fantástico leque de detalhes sobre a vida em Marte, em caminho oposto ao registrado por Allan Kardec, como já vimos anteriormente (em O Livro dos Espíritos e na Revista Espírita). Diz-nos esse autor espiritual:
  • a humanidade que habita Marte (de um a um e meio milhões de habitantes) é mais evoluída que a terrestre: não há violência, vícios ou paixões inferiores; seus habitantes possuem faculdades de telepatia e psicometria. Assim, a linguagem, quase sempre, ocorre por telepatia; têm cabelos poéticos e resplendentes, quais anjos; têm protuberâncias semelhantes a asas, ao longo das espáduas; na velhice, o espírito parte para o espaço, antes do aniquilamento vital;
  • alimentação: inteiramente vegetariana;
  • migrantes: vários seres que viveram algum tempo em Marte não se adaptaram e, em conseqüência, migraram para mundos “aquém de Marte”; alguns perambulam na Terra;
  • relações conjugais no matrimônio: o encontro sexual se dá pelos “plexus abdominais”, sem impurezas do sexo orgânico; as mulheres estão livres da délivrance (delivramento);
  • moralmente, Marte está mil anos à frente da Terra; no campo científico, quinhentos anos;
  • transportes: 75% são feitos por via aérea, absolutamente em segurança; existem aeronaves para viagens interplanetárias, tripuladas ou não.

Autor Encarnado - Às Margens do Rio Sagrado

Livro de autoria de Edgard Armond (1ª Ed. 1979, Editora Aliança, SP/SP). Num capítulo inteiramente dedicado a Saturno, diz-nos o autor:
  • Saturno é um mundo de paz;
  • habitantes: seres evangelizados; seus órgãos de percepção são mais elevados; seus corpos são eterizados, suportando longos períodos de atividades sem alimentação (esta, feita de sucos vegetais e respiração);
  • atividade religiosa: intensa, em comunhão com o Plano Espiritual Superior;
  • casas não têm portas; “arquitetura” espiritual; construções, em geral, são de material translúcido e flexível (em muitos casos são edificadas construções por mentalização de técnicos selecionados);
  • tráfego intenso, silencioso e suave.

Ensaios Científicos de Pensadores Consagrados

Antes, devemos refletir que nós, seres humanos, só podemos discorrer sobre aquilo que os sentidos nos mostrem, possibilitando-nos, por analogia e pela lógica, comparar e deduzir. Daí, partindo do conhecido temos chegado ao desconhecido. É assim que através dos séculos o homem vem edificando seu aprendizado terreno, aplicável à vida física.
Agora, como falar da vida em outros mundos? Para tanto, melhor será nos equiparmos da razão, de parelha com a fé, e analisarmos o que alguns cientistas ensaiaram a respeito. Eis alguns exemplos:
Nicolas Camille Flammarion (1847-1925), célebre astrônomo francês.

A Pluralidade dos Mundos Habitados

Essa obra (1ª Ed. Na França, em 1862, traduzida da 23ª edição e publicada em português pela Livraria Garnier Irmãos, RJ/RJ) trata das condições de habitabilidade das terras celestes, discutidas do ponto de vista da Astronomia e da Fisiologia, fazendo abstração do Espiritismo, daí advindo que seu caráter eminentemente científico dirige-se aos incrédulos.
Obs.: Kardec, em duas ocasiões, elogiou esse livro (na RE de Jan/1863, e na de Set/1864). Fica o convite para o leitor que queira pesquisá-la. É obra de fôlego.

Uranie

Livro escrito provavelmente em 1864, cuja primeira edição em português é de 1951, pela Federação Espírita Brasileira, sob o título Urânia. Nessa obra, muito descritiva, Flammarion ensaia:
  • o número de universos é infinito;
  • Marte e Vênus têm habitantes pensantes;
  • Júpiter está em período primário de preparação orgânica;
  • Saturno será habitado por seres incompatíveis com os organismos terrestres;
  • Marte é semelhante à Terra, mais adiantado na senda do progresso;
  • habitantes são muito superiores aos da Terra; são maiores e mais leves que os terrestres; transportam-se por navegação aérea (frotas movidas pela eletricidade); são de origem sextúpede: bípedes, bimanos e bialados (duas asas); têm doze sentidos, que lhes permitem comunicação direta com o universo;
  • não há alimentação: sua nutrição se dá por renovação celular, através de respiração similar à das árvores terrestres;
  • construções são edificadas pelo pensamento;
  • todos os trabalhos materiais são executados por máquinas e sob direção de algumas raças aperfeiçoadas de animais;
  • concepções e nascimentos lembram mais algo parecido com a fecundação das flores;
  • a luz sobre os habitantes de Marte não produz a respectiva sombra;
  • Marte já mandou sinais para a Terra, mas sem resposta;
  • Vênus é um mundo análogo à Terra e menos privilegiado ainda; as estações rápidas produzem bruscas variações de temperatura.
Pierre Simon (1749-1827), dito marquês de Laplace. Célebre astrônomo, matemático e físico francês.

Exposição do Sistema do Mundo

Livro editado na França, em 1796. No Capítulo VI o autor analisa e reflete:
“A ação benfazeja do Sol faz desabrochar os animais e as plantas que cobrem a Terra, e a analogia nos leva a crer que ela produz efeitos semelhantes sobre os outros planetas: porque não é natural pensar que a matéria da qual vemos a fecundidade se desenvolver de tantas maneiras, seja estéril sobre um tão grande planeta como Júpiter que, como o globo terrestre, tem seus dias, suas noites, seus anos, e sobre o qual as observações indicam as mudanças que supõem forças muito ativas... O homem, feito para a temperatura de que ele goza sobre a Terra, não poderia, segundo toda a aparência, viver sobre os outros planetas. Porém, não deve haver aí uma infinidade de organizações relativas às diversas temperaturas dos globos e dos universos? Se a única diferença dos elementos e dos climas põe tanta variedade nas produções terrestres, quanto mais devem diferir as dos planetas e dos satélites!”

Muitas Moradas

Vemos que vários foram os pronunciamentos sobre a vida em outros mundos, havendo evidente contradição entre Kardec e eles, especialmente no que diz respeito a Marte.
A questão se faz espinhosa. Deixamos ao leitor a análise, reflexão e aceitação, ou não, de tudo aquilo que trouxemos para este texto.
De nossa parte, do pouco que aprendemos daquilo que a vida tem para nos ensinar, consideramos integralmente válidas as assertivas escritas em O Livro dos Espíritos. Quanto às opiniões que com elas possam colidir, não as invalidamos, a priori: nós as deixamos no "armário da razão", cujo senhor é o Tempo, para que ele, quando estivermos em patamar espiritual bem mais elevado, nos mostre se elas devem ser alocadas na "prateleira dos devaneios" ou na da Verdade.
E, finalizando, para balbuciar tímida resposta à pergunta que abre essa leitura, refletimos na grandeza da natureza, que aqui mesmo na Terra nos leva a um profundo respeito e amor filial ao Criador, deduzindo que sim: há vida pujante em outros mundos (são muitos: bilhões, trilhões, quem sabe?).
Para nossa dedução, socorremo-nos do mais poderoso aval que qualquer ser humano terrestre pode avocar – o de Jesus, quando afirmou: “Há muitas moradas na casa do meu Pai”.