segunda-feira, 2 de julho de 2012

Chico Xavier ::

Biografia - Chico Xavier

 


"A árvore que produz maus frutos não é boa e a árvore que produz bons frutos não é má, porque se conhece a árvore pelos seus próprios frutos. Não se colhem figos dos espinheiros e não se cortam cachos de uva dos abrolhos. O homem de bem retira boas coisas do bom tesouro do seu coração, porque a boca fala daquilo que está cheio o seu coração". -Jesus (Lucas, cap. VI 43-45)
 
"O maior e mais prolífico médium psicógrafo do mundo, Francisco
 
 Cândido Xavier (foto ao lado) em todas as épocas nasceu em Pedro Leopoldo, modesta cidade de Minas Gerais, Brasil, em 2 de abril de 1910. Viveu, desde 1959, em Uberaba, no mesmo Estado, desencarnando no dia 30 de junho de 2002, dia em que o Brasil sagrou-se pentacampeão mundial de futebol. Seu desenlace ocorreu pacificamente, no próprio lar, onde foi encontrado sereno, ainda em atitude de prece a Deus. Conforme revelara a amigos mais íntimos, tinha o desejo de partir num dia em que o "povo brasileiro estivesse muito feliz".
Chico Xavier com 17 anos
 
"Completou o curso primário, apenas. Pais: João Cândido Xavier e Maria João de Deus, desencarnados em 1960 e 1915, respectivamente. Infância difícil; foi caixeiro de armazém e modesto funcionário público, aposentado desde 1958.
 
Em 8 de julho de 1927 participa de sua primeira reunião espírita. Até 1931 recebe muitas poesias e mensagens, várias das quais saíram a público, estampadas, à revelia do médium, em jornais e revistas, como de autoria de F. Xavier. Nesse mesmo ano, vê, pela primeira vez, o Espírito Emmanuel, seu inseparável mentor espiritual até hoje.
 
O menino Chico Desde os 4 anos de idade o menino Chico teve a sua vida assinalada por singulares manifestações. Seu pai chegou, inclusive, a crer que o seu verdadeiro filho havia sido trocado por outro... Aquele seu filho era estranho!...
 
De formação católica, o garoto orava com extrema devoção, conforme lhe ensinara D. Maria João de Deus, a querida mãezinha, que o deixaria órfão aos 5 anos. Dentro de grandes conflitos e extremas dificuldades, o menino ia crescendo, sempre puro e sempre bom, incapaz de uma palavra obscena, de um gesto de desobediência. As "sombras" amigas, porém, não o deixavam...
 
Conversava com a mãezinha desencarnada, ouvia vozes confortadoras. Na escola, sentia a presença delas, auxiliando-o nas tarefas habituais. O certo é que os seus primeiros anos o marcaram profundamente; ele nunca os esqueceu... A necessidade de trabalhar desde cedo para auxiliar nas despesas domésticas foi, em sua vida, conforme ele mesmo o diz, uma bênção indefinível.
 
Sim, a doença também viera precocemente fazer-lhe companhia. Primeiro os pulmões, quando trabalhava na tecelagem; depois os olhos; agora é a angina.
 
Início de seu mediunato Chico Xavier iniciou, publicamente, seu mandato mediúnico em 8 de julho de 1927, em Pedro Leopoldo. Contando 17 anos de idade, recebeu as primeiras páginas mediúnicas. Em noite memorável, os Espíritos deram início a um dos trabalhos mais belos de toda a história da humanidade. Dezessete folhas de papel foram preenchidas, celeremente, versando sobre os deveres do espírita-cristão.
 
Depoimento de Chico Xavier: (...) "Era uma noite quase gelada e os companheiros que se acomodavam junto à mesa me seguiram os movimentos do braço, curiosos e comovidos. A sala não era grande, mas, no começo da primeira transmissão de um comunicado do mais Além, por meu intermédio, senti-me fora de meu próprio corpo físico, embora junto dele. No entanto, ao passo que o mensageiro escrevia as dezessete páginas que nos dedicou, minha visão habitual experimentou significativa alteração. As paredes que nos limitavam o espaço desapareceram.
 
O telhado como que se desfez e, fixando o olhar no alto, podia ver estrelas que tremeluziam no escuro da noite. Entretanto, relanceando o olhar no ambiente, notei que toda uma assembléia de entidades amigas me fitavam com simpatia e bondade, em cuja expressão adivinhava, por telepatia espontânea, que me encorajavam em silêncio para o trabalho a ser realizado, sobretudo, animando-me para que nada receasse quanto ao caminho a percorrer."
 
Emmanuel e duas orientações para o resto de sua vida O Espírito Emmanuel, nos primórdios da mediunidade de Chico Xavier, deu-lhe duas orientações básicas para o trabalho que deveria desempenhar. Fora de qualquer uma delas, tudo seria malogrado. Eis a primeira. - "Está você realmente disposto a trabalhar na mediunidade com Jesus?"
 
Sim, se os bons espíritos não me abandonarem... -respondeu o médium. - Não será você desamparado - disse-lhe Emmanuel - mas para isso é preciso que você trabalhe, estude e se esforce no bem. - E o senhor acha que eu estou em condições de aceitar o compromisso? - tornou o Chico. - Perfeitamente, desde que você procure respeitar os três pontos básicos para o Serviço...
 
Porque o protetor se calasse, o rapaz perguntou: - Qual é o primeiro? A resposta veio firme: - Disciplina. - E o segundo? - Disciplina. - E o terceiro? - Disciplina."
 
A segunda mais importante orientação de Emmanuel para o médium é assim relembrada: - "Lembro-me de que num dos primeiros contatos comigo, ele me preveniu que pretendia trabalhar ao meu lado, por tempo longo, mas que eu deveria, acima de tudo, procurar os ensinamentos de Jesus e as lições de Allan Kardec e, disse mais, que, se um dia, ele, Emmanuel, algo me aconselhasse que não estivesse de acordo com as palavras de Jesus e de Kardec, que eu devia permanecer com Jesus e Kardec, procurando esquecê-lo."
 
Produção literária Em 1932 publica a FEB seu primeiro livro, o famoso "Parnaso de Além-Túmulo"; hoje com 416... livros psicografados. Várias delas estão traduzidas e publicadas em castelhano, esperanto, francês, inglês, japonês, grego, etc. De moral ilibada, realmente humilde e simples, Chico Xavier jamais auferiu vantagens, de qualquer espécie, da mediunidade.
 
Sua vida privada e pública tem sido objeto de toda especulação possível, na informação falada, escrita e televisionada. Apodos e críticas ferinas, têm-no colhido de miúdo, sabendo suportá-los com verdadeiro espírito cristão. Viajou com o médium Waldo Vieira aos Estados Unidos e à Europa, onde visitaram a Inglaterra, a França, a Itália, a Espanha e Portugal, sempre a serviço da Doutrina Espírita.
 
Chico Xavier é hoje uma figura de projeção nacional e internacional, suas entrevistas despertam a atenção de milhares de pessoas, mesmo alheias ao Espiritismo; tem aparecido em programas de TV, respondendo a perguntas as mais diversas, orientando as respostas pelos postulados espíritas. Já recebeu o título de Cidadão Honorário de várias cidades: São José do Rio Preto, São Bernardo do Campo, Franca, Campinas, Santos, Catanduva, em São Paulo; Uberlândia, Araguari e Belo Horizonte, em Minas Gerais; Campos, no Estado do Rio de Janeiro, etc., etc.
 
Dos livros que psicografou já se venderam mais de 12 milhões de exemplares, só dos editados pela FEB, em número de 88. "Parnaso de Além-Túmulo", a primeira obra publicada em 1932, provocou (e comprovou) a questão da identificação das produções mediúnicas, pelo pronunciamento espontâneo dos críticos, tais como Humberto de Campos, ainda vivo na época, Agripino Grieco, severo crítico literário, de renome nacional, Zeferino Brasil, poeta gaúcho, Edmundo Lys, cronista, Garcia Júnior, etc.
 
Prefaciando "Parnaso de Além-Túmulo", escreveu Manuel Quintão: "Romantismo, Condoreirismo, Parnasianismo, Simbolismo, aí se ostentam em louçanias de sons e de cores, para afirmar não mais subjetiva, mas objetivamente, a sobrevivência de seus intérpretes. É ler Casimiro e reviver 'Primaveras'; é recitar Castro Alves e sentir 'Espumas Flutuantes'; é declamar Junqueiro e lembrar a 'Morte de D. João'; é frasear Augusto dos Anjos e evocar 'Eu'."
 
Romances históricos formam a série Romana, de Emmanuel, composta de: "Há 2000 Anos...", "50 Anos Depois", "Ave, Cristo!", "Paulo e Estevão", provocando a elaboração do "Vocabulário Histórico-Geográfico dos Romances de Emmanuel", de Roberto Macedo, estudo elucidativo dos eventos históricos citados nas obras. "Há 2000 Anos..." é o relato da encarnação de Emmanuel à época de Jesus. De Humberto de Campos (Espírito), aparece, em 1938, o profético e discutido "Brasil, Coração do Mundo, Pátria do Evangelho", uma história de nossa pátria e dos fatos e ela ligados, em dimensão espiritual.
 
A série André Luiz é reveladora, doutrinária e científica; com obras notáveis e a maioria completa, no tocante à vida depois da desencarnação, obras anteriores, de Swedenborg, A. Jackson Davis, Cahagnet, G. Vale Owen e outros. Pertencem a essa série: "Nosso Lar", "Os Mensageiros", "Missionários da Luz", "Obreiros da Vida Eterna", "No Mundo Maior", "Agenda Cristã", "Libertação", "Entre a Terra e o Céu", "Nos Domínios da Mediunidade", "Ação e Reação", "Evolução em dois Mundos", "Mecanismos da Mediunidade", "Conduta Espírita", "Sexo e Destino", "Desobsessão", "E a Vida Continua...".
 
A extraordinária capacidade mediúnica de Chico Xavier está comprovada pela grande quantidade de autores espirituais, da mais elevada categoria, que por seu intermédio se manifestam. Vários de seus livros foram adaptados para encenação no palco e sob a forma de radionovelas e telenovelas. O dom mediúnico mais conhecido de Francisco Xavier é o psicográfico. Não é, todavia, o único. Tem ele, e as exercita constantemente, outras mediunidades, tais como: psicofonia, vidência, audiência, receitista, e outras.
 
Sua vida, verdadeiramente apostolar, dedicou-a, o médium, aos sofredores e necessitados, provindos de longínquos lugares e também aos afazeres medianeiros, pelos quais não aceita, em absoluto, qualquer espécie de paga. Os direitos autorais ele os tem cedido graciosamente a várias Editoras e Casas Espíritas, desde o primeiro livro. Sua vida e sua obra têm sido objeto de numerosas entrevistas radiofônicas e televisadas e de comentários em jornais e revistas, espíritas ou não e em livros.
 
Na tarefa mediúnica "Pergunta - Em seu primeiro encontro com Emmanuel, ele enfatizou muito a disciplina. Teria falado algo mais? Resposta - Depois de haver salientado a disciplina como elemento indispensável a uma boa tarefa mediúnica, ele me disse: 'Temos algo a realizar.' Repliquei de minha parte qual seria esse algo e o benfeitor esclareceu: 'Trinta livros pra começar!' Considerei, então: como avaliar esta informação se somos uma família sem maiores recursos,
 
além do nosso próprio trabalho diário e a publicação de um livro demanda tanto dinheiro!... Já que meu pai lidava com bilhetes de loteria, eu acrescentei: será que meu pai vai tirar a sorte grande? Emmanuel respondeu: 'Nada, nada disso. A maior sorte grande é a do trabalho com a fé viva na Providência de Deus. Os livros chegarão através de caminhos inesperados!'
 
Algum tempo depois, enviando as poesias de "Parnaso de Além- Túmulo" para um dos diretores da Federação Espírita Brasileira, tive a grata surpresa de ver o livro aceito e publicado, em 1932. A este livro seguiram-se outros e, em 1947, atingimos a marca dos 30 livros. Ficamos muito contentes e perguntei ao amigo espiritual se a tarefa estava terminada. Ele, então, considerou, sorrindo: 'Agora, começaremos uma nova série de trinta volumes!' Em 1958, indaguei-lhe novamente se o trabalho finalizara. Os 60 livros estavam publicados e eu me encontrava quase de mudança para a cidade de Uberaba, onde cheguei a 5 de janeiro de 1959.
 
O grande benfeitor explicou-me, com paciência: "Você perguntou, em Pedro Leopoldo, se a nossa tarefa estava completa e quero informar a você que os mentores da Vida Maior, perante os quais devo também estar disciplinado, me advertiram que nos cabe chegar ao limite de cem livros." Fiquei muito admirado e as tarefas prosseguiram.
 
Quando alcançamos o número de 100 volumes publicados, voltei a consultá-lo sobre o termo de nossos compromissos. Ele esclareceu, com bondade: "Você não deve pensar em agir e trabalhar com tanta pressa. Agora, estou na obrigação de dizer a você que os mentores da Vida Superior, que nos orientam, expediram certa instrução que determina seja a sua atual reencarnação desapropriada, em benefício da divulgação dos princípios espíritas-cristãos, permanecendo a sua existência, do ponto de vista físico, à disposição das entidades espirituais que possam colaborar na execução das mensagens e livros, enquanto o seu corpo se mostre apto para as nossas atividades."
 
Muito desapontado, perguntei: então devo trabalhar na recepção de mensagens e livros do mundo espiritual até o fim da minha vida atual? Emmanuel acentuou: "Sim, não temos outra alternativa!" Naturalmente, impressionado com o que ele dizia, voltei a interrogar: e se eu não quiser, já que a Doutrina Espírita ensina que somos portadores do livre arbítrio para decidir sobre os nossos próprios caminhos? Emmanuel, então, deu um sorriso de benevolência paternal e me cientificou: "A instrução a que me refiro é semelhante a um decreto de desapropriação, quando lançado por autoridade na Terra.
 
Se você recusar o serviço a que me reporto, segundo creio, os orientadores dessa obra de nos dedicarmos ao Cristianismo Redivivo, de certo que eles terão autoridade bastante para retirar você de seu atual corpo físico!" Quando eu ouvi sua declaração, silenciei para pensar na gravidade do assunto, e continuo trabalhando, sem a menor expectativa de interromper ou dificultar o que passei a chamar de "Desígnios de Cima."
 
(Fonte: "O Espírita Mineiro", número 205, abril/junho de 1988.) Palavras de Chico Xavier ao contemplar 40 anos de mediunidade "Estes quarenta anos de mediunidade passaram para o meu coração como se fossem um sonho bom. Foram quarenta anos de muita alegria, em cujos caminhos, feitos de minutos e de horas e de dias, só encontrei benefícios, felicidade, esperanças, otimismo, encorajamento da parte de todos aqueles que o Senhor me concedeu, dos familiares, irmãos, amigos e companheiros.
 
Quarenta anos de felicidade que agradeço a Deus em vossos corações, porque sinto que Deus me os concedeu nos vossos corações, que representam outros muitos corações que estão ausentes de nós. Agora, sinto que Deus me concedeu por vosso intermédio uma vida tocada de alegrias e bênçãos, como eu não poderia receber em nenhum outro setor de trabalho na Humanidade. Beijo-vos, assim, as mãos, os corações. Quanto ao livro, devo dizer que, certa feita, há muitos anos, procurando o contato com o Espírito de nosso benfeitor Emmanuel, ao pé de uma velha represa, na terra que me deu berço na presente encarnação, muitas vezes chegava ao sítio, pela manhã, antes do amanhecer.
 
E quando o dia vinha de novo, fosse com sol, fosse com chuva, lá estava, não muito longe de mim, um pequeno charco. Esse charco, pouco a pouco se encheu de flores, pela misericórdia de Deus, naturalmente. E muitas almas boas, corações queridos, que passavam pelo mesmo caminho em que nós orávamos, colhiam essas flores e as levavam consigo com transporte de alegria e encantamento. Enquanto que o charco era sempre o mesmo charco. Naturalmente, esperando também pela misericórdia de Deus, para se transformar em terra proveitosa e mais útil.
 
Creio que nesses momentos, em que ouço as palavras desses corações maravilhosos, que usaram o verbo para comentar o aparecimento desses cem livros, agora cento e dois livros, lembro este quadro que nunca me saiu da memória, para declarar-vos que me sinto na condição do charco que, pela misericórdia de Deus, um dia recebeu essas flores que são os livros e que pertencem muito mais a vós outros do que a mim.
 
Rogo, assim, a todos os companheiros, que me ajudem através da oração, para que a luta natural da vida possa drenar a terra pantanosa que ainda sou, na intimidade do meu coração, para que eu possa um dia servir a Deus, de conformidade com os deveres que a Sua infinita misericórdia me traçou. E peço, então, permissão, em sinal de agradecimento, já que não tenho palavras para exprimir a minha gratidão. Peço-vos, a todos, licença para encerrar a minha palavra despretensiosa, com a oração que Nosso Senhor Jesus Cristo nos legou".
 
(Fonte: "O Espírita Mineiro", número 137, abril/maio/junho de 1970.) Considerações finais Em 1997, Chico Xavier completou 70 anos de incessante atividade mediúnica, da maior significação espiritual, em prol da Humanidade, abrangendo seus mais diversos segmentos.
 
Francisco Cândido Xavier psicografou mais de 400 (quatrocentas) obras mediúnicas, de centenas de autores espirituais, abarcando os mais diversos e diferentes assuntos, entre poesias, romances, contos, crônicas, história geral e do Brasil, ciência, religião, filosofia, literatura infantil, etc. Fiel ao princípio Crístico do "dai de graça o que de graça recebestes", jamais usufruiu dos direitos autorais provenientes de seu extraordinário dom mediúnico, sempre, ao contrário, repassando-os, em cartório, à editoras de divulgação espírita e inúmeras obras assistenciais.
 
Chico Xavier partiu, mas o testemunho de sua existência permanecerá como diretriz segura para todos os que esposam os ideais espíritas e cristãos, sobretudo aos que, voluntariamente, se vêem comprometidos com a difícil tarefa do intercâmbio mediúnico. Sua constrangedora humildade e seu desapego, dificilmente compreendidos até para muitos confrades, foi a mais notável e marcante exteriorização da grandiosidade de seu espírito.
 
A verdade é que, depois de Allan Kardec, Chico Xavier sempre representou a árvore da revelação espírita, que foi transportada da França para o Brasil. Sua obra mediúnica sintetiza inestimável legado para as gerações futuras. Como dignos missionários do mundo espiritual, Chico e Kardec se identificam em muitos pontos, sobretudo, na incomum capacidade de produção literária. Ambos deixaram uma vastíssima obra de inusitado conteúdo moral-cultural. É notável ainda a absoluta fidelidade aos compromissos espirituais assumidos bem como ao perfeito equilíbrio do tríplice aspecto doutrinário do espiritismo.
 
Outra particularidade entre os dois foi a de jamais se rebaixarem ao nível de seus opositores e inimigos gratuitos, mantendo-se sempre muito acima em dignidade e fraternidade. Fortalecidos na mais pura moral cristã deram seu testemunho de serviço incondicional à humanidade, acreditando verdadeiramente na força delicada e transformadora do bem que os motivava. A grandeza de Chico, assim como a de Kardec, podem ser avaliadas claramente no testemunho explícito de suas vidas e suas obras, porque de boas árvores somente colhe-se bons frutos.
 
Ambos representam uma extraordinária referência para o redirecionamento espiritual do homem atormentado dos dias atuais. Personificam nítida concessão da misericórdia divina para o aclaramento das cogitações de nossas mentes e corações. No triste palco do mundo, nesses últimos tempos, as vozes de Chico e Kardec foram as que ecoaram de forma mais despojada e cristalina o brado revitalizador do cristianismo, "em espírito e verdade", tal como vislumbrara o divino Mestre.
 
Prezado Irmãos Aos 5 anos, este menino teve a sua primeira visão. Atrás de uma bananeira, viu e ouviu a voz de sua querida mãezinha (Dona Maria  de São João de Deus e disse: - "Mamãe, fique comigo... Carregue-me com a Senhora... "Assim começou a mediunidade do menino FRANISCO.
 
'Era 08 de julho o de 1927 o jovem Francisco recebia a sua primeira psicografia e em 1932, foi publicado o seu primeiro livro "Parnaso de Além-Túmulo, assustando assim a todos, pois com apenas o quarto ano primário recebe mensagens de grandes vultos de nossa Literatura Brasileira. Hoje, com 416 livros já publicados estamos com saudade de CHICO XAVFER. sabendo que ele continua sua tarefa ao fado de Jesus.
 
'Nós do Grupo Espírita da Prece de "Chico Xavier" que acompanhamos por muitos anos o tarefeiro do amor em seus trabalhos, não poderíamos deixar de homenageá-lo. Pedimos a todos companheiros de ideais e amigos do nosso querido CHICO, que nesta data tão significativa, façamos uma grande corrente ecumênica, pedindo a NOSSA Mãe Santíssima e ao nosso irmão maior JESUS, que continue lhe dando as forças que ele deixou e continua dando a todos com seus exemplos Cristãos, continuando a sua sublime missão: Deixar a todos nós a sua palavra de coragem, confiança, fé deste Aposto do nosso Divino Amado JESUS.
 
Apesar dos problemas e o mais importante pela missão diante da humanidade que Chico Xavier veio pra desempenhar ele teve 5 moratórias e isso significa o quanto ele era e é importante para toda a humanidade um verdadeiro emissário de Jesus. 
 
Excertos do livro digital "Francisco Cândido Xavier - Traços bibliográficos", publicado pela Federação Espírita Brasileira - FEB http://www.chicoxavieruberaba.com.br/biografia.html

Chico Xavier ::

Chico Xavier - A Face Luminosa do Espiritismo

Alysson Leandro Mascaro

É costume ver pessoas perguntando-se sobre as maiores personalidades do século, os maiores livros, os grandes acontecimento. Os espíritas também, até mesmo inconscientemente, procedem às suas classificações. Podendo variar o livro de preferência, o romance mais comovente, o estudo mais profundo e penetrante, não variam, no entanto, certas referências. Chico Xavier é um desses referenciais maiores do Espiritismo, em qualquer nível intelectual.
Como ninguém põe em dúvida a importância de Kardec, também ninguém se esquece de reconhecer a importância de Chico Xavier. Dos dez maiores livros espíritas do século XX, sete são da lavra mediúnica desse mineiro de Pedro Leopoldo, que está acompanhado nesta lista de outros três grandes personagens da história do Espiritismo: a formidável médium Yvonne Pereira e os dois grandes filósofos da história de nossa Doutrina: Léon Denis e Herculano Pires. Chico Xavier, além de respeitado e reconhecido, podemos dizer também: é a mais nítida face do Espiritismo, é o seu melhor modelo que temos dentre nós, os encarnados.
E vale lembrar, nestes noventa anos de vida terrena de Chico, a propósito de Herculano Pires, a alcunha que este grande filósofo deu ao nosso principal médium: o “interexistencial”. Quem mais, neste mundo do século XX, bombardeado pela informação rápida, pelos computadores, pela Internet, pelo rádio e a televisão, pela vida apressada e sem tempo, pela cultura de massa, quem mais, neste século de tantos homens, tantas guerras, tantas experiências marcantes, pôde viver tão serenamente, e com tanta certeza e plenitude, uma vida material intensa ao lado da maior naturalidade possível na convivência com o plano espiritual? Só Chico Xavier soube, como nenhum outro, ser cidadão deste mundo, ao mesmo tempo que foi cidadão ativo e participante dessa outra realidade que para ele está tão próxima, o plano espiritual!
Centenas de livros, milhares de espíritos psicografando páginas, consolando e ensinando. O Espiritismo, se precisasse se resumir em uma pessoa, sentiria folga em se encerrar no exemplo deste humilde cidadão de Minas Gerais, que passa os noventa anos de sua vida podendo ser rico e poderoso, mas sendo criatura humilde e um irmão, dizendo-se um cisco, lembrando-nos a todos das virtudes puras do cristianismo, que ainda nos dias de hoje puderam ser vividas.
Alguém disse, certa vez, que alguns homens, com o passar dos séculos, de tão incríveis, com vidas tão extraordinárias, deixariam de ser considerados como história, para virar lenda. Nós, brasileiros, espíritas ou não-espíritas, que vivemos o século XX, tivemos a honra de abrigar neste nosso século, de presenciar e confirmar, ao nosso lado, uma das maiores lendas vivas da história da humanidade, um homem que psicografou livros de centenas de autores e estilos, que escreveu versos, em línguas diversas, falou da ciência, de filosofia e fé, um homem que, honestamente e sem ser vencido, soube ser cristão dois mil anos depois do Cristo ter vindo à nossa Terra. Se há pessoas na face da Terra mais próximas do Cristo, podemos ter certeza, de que um desses é Chico Xavier.

(Revista Candeia Literária - Nº 18 - Janeiro/2000)

Chico Xavier ::

Chico Xavier na história do Espiritismo

Francisco Thiesen
A revista "Reformador" (FEB), na edição de agosto de 1977, transcreve trecho de uma entrevista realizada pelo jornal "O Clarim" com pessoas de destaque dentro do Movimento Espírita, por ocasião da comemoração dos 50 anos de atividades mediúnicas de Chico Xavier. O trecho corresponde a questão apresentada ao presidente da FEB, Francisco Thiesen, sobre a posição de Chico na história do Espiritismo. A questão levantada, e sua resposta por Thiesen, são bastante interessantes e as transcrevemos abaixo:
O Clarim: Seria lícito analisar-se a evolução do Espiritismo, no Brasil, dividindo-os nos períodos antes e depois de Chico Xavier ?

Francisco Thiesen: Os ensinos dos Espíritos são dosados na conformidade do progresso intelectual e moral, do amadurecimento espiritual dos homens terrenos. Três grandes revelações marcaram diferentes etapas, no curso dos milênios, na popularização do conhecimento das coisas espirituais. Na última delas - a Espírita - como foi recentemente abordado em editorial de "Reformador" (março, 1977), o próprio Codificador reportou-se a três períodos distintos, balizando o desenvolvimento das idéias espiritistas: o da curiosidade (intensa e ruidosa fenomelogia); o do raciocínio e da filosofia (estudo e meditação sérios, então apenas no início); e o da aplicação e das conseqüências (que se seguiria, inevitavelmente, aos outros dois). A propósito da questão 160 de "O Livro dos Médiuns", Emmanuel lembrou os períodos aludidos e denominou-os como de aviso, chegada eentendimento.
No Brasil, desde cedo, ainda no século XIX, foi dada ênfase ao sentido do terceiro período, da aplicação e das conseqüências (Allan Kardec) ou do entendimento (Emmanuel), que é o da vivência do Evangelho de Jesus Cristo, do aspecto religioso da Doutrina dos Espíritos, a que conduz a lógica das conclusões do estudo metódico e sistemático dos aspectos científico e filosófico, como muito bem elucida o próprio Espírito Emmanuel em "O Consolador".
A elaboração dos trabalhos, no transcorrer de um século de vida do Espiritismo, no Brasil, em pleno período terceiro, como não podia deixar de ser, seguiria, como seguiu, orientação nos mesmos moldes dos outros dois: no sentido do esforço conjugado dos Planos Espiritual e Físico do planeta, da contribuição das humanidades invisível e visível que o povoam.
À luz dessa realidade, o pesquisador, o estudioso, o espírita laborioso encontrará sempre, e licitamente, pontos demarcantes da evolução do Espiritismo, em nosso país e fora dele, todos importantes e necessários, como contributos da edificação comum da mentalidade cristã e das obras que decorrem das atividades dos seres desencarnados e encarnados, solidários entre si e perseguindo ideais na imensa seara do Senhor.
Nas linhas gerais do processo evolutivo da Doutrina dos Espíritos, no Brasil, se respeitadas as premissas alinhadas neste escorço, parece-nos perfeitamente justo identificar as múltiplas fases do trabalho para nelas situar esse ou aquele médium, como instrumento de equipes de Espíritos a utilizarem-no com vistas ao atendimento das necessidades da programação de longo curso, a cumprir-se por partes, no tempo e no espaço.
Francisco Cândido Xavier, médium precedido por inúmeros outros, na obra do livro espírita, principalmente em Terras do Cruzeiro, contemporâneo de diversos medianeiros que também chegaram a ultrapassar a barreira de meio século de fecundas e continuadas realizações, e de outros já com alguns decênios de lutas e dedicações, é bem a expressão simples e confortadora da progressividade da Revelação e do permanente cuidado e carinho de Deus para com seus filhos em duras experiências no mundo.
Analisar as realizações que se ligam, indissoluvelmente, ao valoroso espírita-cristão Chico Xavier, é tarefa que, a nosso ver, deveria, mais prudentemente, ser delegada ao futuro, ao futuro imediato à sua desencarnação e aos decênios seguintes, porque, então, detentores do conhecimento pleno do inteiro patrimônio representado por seu mediunato, devidamente esquadrinhado, sem as interferências das emoções ainda próprias da condição de contemporaneidade, os espíritas melhormente - e sem preocupações de ferir a modéstia proverbial do querido médium - poderíamos vê-lo na verdadeira extensão e profundidade, na qualidade e na influência dos seus escritos.
A bibliografia mediúnica que foi acrescida à literatura espírita, nestes últimos cinqüenta anos, nascida do lápis de Chico Xavier - e o espaço não nos permite, sequer, considerações ligeiras sobre a oriunda, em nosso plano, de suas páginas -, é vultosa, considerável. E qualitativamente admirável. Poderíamos, sem dificuldade, num exame sereno e com absoluta isenção, dividir a obra mediúnica, orientada por Emmanuel, igualmente em fases perfeitamente delineadas, dentro de duas grandes divisões: a primeira, provando a sobrevivência e a imortalidade do Espírito ("Parnaso de Além-Túmulo"); a segunda, lembrando e confirmando os deveres dos espíritas, destinada a prepará-los para o trabalho no Movimento ("Brasil, Coração do Mundo, Pátria do Evangelho", seguido de uma panorâmica da História Universal, "A Caminho da Luz", e de alguns manuais do maior valor: "Emmanuel - Dissertações Mediúnicas", "O Consolador", "Roteiro", etc...).
Enfim, muitos estudos interessantes e instrutivos virão, a seu tempo. E a obra de Francisco Cândido Xavier, criteriosamente traduzida, estará, tempestivamente, à disposição dos leitores do mundo inteiro, juntamente com a de Allan Kardec e da dos autores que cuidaram dos escritos subsidiários e complementares da Codificação.
Mas, enquanto isso, e para que tudo ocorra com a tranqüilidade que se almeja na difusão conscienciosa e responsável da Doutrina dos Espíritos, seria de bom alvitre que se não perdesse de vista o fato de que Chico Xavier jamais teria obtido êxito, como instrumento do Alto, se não tivesse buscado ser fiel, autêntico, perseverante. seguindo a rígida disciplina que lhe foi sugerida por Emmanuel, testemunhando e permanecendo na exemplificação do amor ao próximo e do amor a Deus, vivendo o Evangelho.

(Publicado no Boletim GEAE Número 446 de 15 de novembro de 2002 )

domingo, 1 de julho de 2012

Bem vindo, Julho

Foi n'uma Tarde de Julho

Os nossos braços 
Formaram laços. 

António Botto, in 'Canções' 



"Tudo depende de nós"  ... que a cada dia desse novo mês possamos ser mais sorriso, mais abraço, mais alegria. Que Julho seja mais uma oportunidade parar brilharmos. 
Todo dia é um novo dia. Todo dia é hora de renovar, reinventar, recomeçar: progredir.
Faça desse mês sua conquista!
Bem vindo, Julho.
Abençoa-nos.
Jesus esteja conosco em nossos atos e em nossos corações.  

Conselhos Fraternais de Emmanuel - Chico Xavier


Agradecemos, Chico Xavier

Agradecemos
Senhor Jesus!
Nós te agradecemos:
Pela coragem de facear as dificuldades criadas por nós mesmos;
Pelas provas que nos aperfeiçoam o raciocínio e nos abrandam o coração;
Pela fé na imortalidade;
Pelo privilégio de servir;
Pelo dom de saber que somos responsáveis pelas próprias ações;
Pelos recursos nutrientes e curativos que trazemos em nós próprios;
Pelo conforto de reconhecer que a nossa felicidade tem o tamanho da felicidade que fizermos para os outros;
Pelo discernimento que nos permite diferenciar aquilo que nos é útil daquilo que não nos serve;
Pelo amparo da afeição no qual as nossas vidas se alimentam em permuta constante;
Pela bênção da oração que nos faculta apoio interior para a necessária solução de nossos problemas;
Pela tranqüilidade de consciência que ninguém consegue subtrair-nos...
Por tudo isso, e por todos os demais tesouros, de esperança e de amor, de alegria e de paz, de que nos enriqueces a existência, Sê bendito, Senhor!... ao mesmo tempo que te louvamos a Infinita Misericórdia, hoje e para sempre.
 
Emmanuel
(psicografia de Chico Xavier)

Evangelho aos domingos ::


Boa noite, queridos irmãos e irmãs!
Que a paz do nosso irmão Jesus esteja em nossos lares e em nossos corações. Que a Tua luz e o Teu amor, Jesus, faça-se morada em nossas vidas e reine dentro de nós.
Obrigada por tudo mais uma vez.
Abençoa-nos hoje e sempre.
Assim seja.

Evangelho segundo o Espiritismo  
Cap. 19 – A FÉ QUE TRANSPORTA MONTANHAS – tradução J. Herculano Pires

Parábola da Figueira Seca

 

            8 – E ao outro dia, como saíssem de Betânia, teve fome. E tendo visto ao longe uma figueira, foi lá a ver se acharia nela alguma coisa; e quando chegou a ela, nada achou, senão folhas, porque não era tempo de figos. E falando-lhe disse: Nunca jamais coma alguém fruto de ti para sempre; o que os discípulos ouviram. E no outro dia pela manhã, ao passarem pela figueira, viram que ela estava seca até as raízes. Então, lembrando Pedro, disse para Jesus: Olha, Mestre, como secou a figueira que tu amaldiçoaste. E respondendo Jesus, lhes disse: Tende fé em Deus. Em verdade vos afirmo que todo o que disse a este monte: Tira-te daí e lança-te ao mar, e isto sem hesitar no seu coração, mas tendo fé de que tudo o que disser sucederá, ele o verá cumprir assim. (Marcos, XI: 12-14 e 20-23).
            9 – A figueira seca é o símbolo das pessoas que apenas aparentam o bem, mas na realidade nada produzem de bom: dos oradores que possuem mais brilho do que solidez, dotados do verniz das palavras de maneira que estas agradam aos ouvidos; mas, quando as analisamos, nada revelam de substancial para o coração; e, quando as acabamos de ouvir, perguntamos que proveito tivemos.
            É também o símbolo de todas as pessoas que podem ser úteis e não o são; de todas as utopias, de todos os sistemas vazios, de todas as doutrinas sem bases sólidas. O que falta, na maioria das vezes, é a verdadeira fé, a fé realmente fecunda, a fé que comove as fibras do coração, em uma palavra, a fé que transporta montanhas. São árvores frondosas, mas sem frutos, e é por isso que Jesus as condena a esterilidade, pois dia virá em que ficarão secas até à raiz. Isso quer dizer que todos os sistemas, todas as doutrinas que não produziram nenhum bem para a humanidade, serão reduzidas a nada; e que todos os homens voluntariamente inúteis, que não se utilizaram os recursos de que estavam dotados, serão tratados como a figueira seca.
            10 – Os médiuns são os intérpretes dos Espíritos. Suprem o organismo  material que falta a estes, para nos transmitirem as suas instruções. Eis porque são dotados de faculdades para esse fim. Nestes tempos de renovação social, desempenham uma missão especial: são como árvores que devem dispensar o alimento espiritual aos seus irmãos. Por isso, multiplicam-se, de maneira a que o alimento seja abundante. Espalham-se por toda parte, em todos os países, em todas as classes sociais, entre os ricos e os pobres, os grandes e os pequenos, a fim de que em parte alguma haja deserdados, e para provar aos homens que todos são chamados. Mas se eles desviam de seu fim providencial a faculdade preciosa que lhes foi concedida, se a colocam a serviço de coisas fúteis e prejudiciais, ou dos interesses mundanos; se, em vez de frutos salutares, dão maus frutos; se se recusam a torná-la proveitosa para os outros; se nem mesmo para si tiram os proveitos da melhoria própria, então se assemelham à figueira estéril. Deus,então, lhe retirará um dom que se tornou inútil entre as suas mãos; a semente que não souberam semear; e os deixará tornarem-se presas dos maus Espíritos.


Comentário:

Boa noite, meus irmãos e irmãs. Nesta bela mensagem de hoje devemos analisar com discernimento o que nosso Mestre Jesus nos ensinou através de suas parábolas e que por muitas vezes foi mal interpretado, mal entendido ou mal compreendido. Não podemos jamais admitir que Jesus amaldiçoasse uma figueira, aos que leem ao pé da letra, não seria de Jesus mostrar seu poder, pois estaria sendo contrário a sua moral de respeito, sabedoria, paz e amor.
O que podemos entender é que esta parábola nos fala do quanto ainda nos perdemos na palavra, pois ficamos tentando mostrar aos outros quem não somos, camuflando nosso eu, vestindo-se de máscaras. Proclama-se um temporal de verdade, boa conduta e dedicação, no entanto, possuindo um abismo no coração. A parábola da figueira seca simboliza essas pessoas, que vivem somente de aparências, mas com o coração endurecido. A parábola simboliza também as pessoas que aparentam o bem, mas na realidade nada produzem de bom; pessoas que podem ser úteis e não o são; médiuns que se desviam de sua missão. A ignorância do ser humano infelizmente ainda leva a este tipo de atitude. Quantas vezes não escutamos no nosso dia a dia, por exemplo: “eu sou uma pessoa ótima, verdadeira, pura, eu só desejo o bem, eu não tenho preconceitos, eu não faço maldades”, porém, quando analisamos, nada revelam de substancial para o coração. Muitas vezes as pessoas tornam-se até alienadas. Pois, apenas as palavras brilham, mas os atos e o interior revelam o contrário. No contexto histórico-bíblico, esta parábola representa também a chegada de Jesus a Jerusalém, quando Ele expulsou os vendilhões do templo, ensinando que Sua casa é um ambiente de oração e não de perdição. Podemos dizer que a figueira seca representa a purificação do templo.
Porém, o ensinamento dessa parábola é profundo, ela não nos fala apenas das aparências, dos desvios, da negligência, mas sim da verdadeira fé, pois Jesus, nosso irmão maior, está, nesta passagem evangélica, chamando a nossa atenção para as boas obras, não de aparência, mas de real valor para a Humanidade. O verniz da caridade nada vale, pois a salvação da alma está presa ao essencial, não ao que aparentamos ser. O que falta, na maioria das vezes, é a verdadeira fé, a fé realmente fecunda, a fé que comove as fibras do coração, em uma palavra, a fé que transporta montanhas. São árvores frondosas, mas sem frutos, e é por isso que Jesus as condena a esterilidade, pois dia virá em que ficarão secas até à raiz. Esta parábola ilustra também, por exemplo, médiuns capacitados, mas que se desviam de seu objetivo providencial; para esses, a mediunidade serve para coisas fúteis ou prejudiciais, visando aos interesses materiais. 
Um bom exemplo que podemos citar é a casa espírita, pois o Centro Espírita, se não servir de calmante\alívio aos que o procuram, pode se tornar uma “figueira seca”, pois deixou de atender às necessidades de seus frequentadores. Por isso, cada um de seus trabalhadores\frequentadores deve se sacrificar para que o todo prevaleça sobre as suas opiniões, e no caso do Espiritismo, os princípios doutrinários devem sempre estar em primeiro lugar. Assim, “Uma árvore deve ser conhecida pelos seus frutos. Não é o tamanho, a configuração, as ramagens, os rebentos verdes, as pontas ressequidas, o aspecto brilhante, a vetustez do tronco, a fragilidade das folhas, o aroma atraente. Não é pela aparência exterior, mas pelos frutos, utilidade e produção. O que realmente vale é a substância de nossa colaboração no progresso comum, pela importância de nosso concurso no bem geral.” Essa parábola também pode ser estendida àqueles que não são coerentes entre o falar e o agir; instituições ou pessoas que apregoam o bem e a caridade, mas ainda são egoístas e não se esforçam para colocar em prática os ensinamentos do Mestre Jesus.
Também nos faz refletir que “a quem muito for dado, muito será cobrado”, pois se esperava da figueira bons frutos, por causa das condições propícias que possuía. Esta passagem nos alerta de que aqueles que detêm o conhecimento, mas não o fazem produzir frutos, por orgulho ou acomodação, cometem grave equívoco.
Também visa nossa reflexão acerca da verdadeira fé, a fé produtiva, a fé que comove as fibras do coração, enfim, a fé que transporta montanhas, ou seja, que nos fortalece para vencer nossas dificuldades. Assim, através desta parábola Jesus nos mostra a importância de cultivar o bem, pois sem a verdadeira bondade os frutos do nosso trabalho serão vazios. Como o evangelho nos conta “A figueira seca é o símbolo das pessoas que não tem senão as aparências do bem”, ou seja, todos aqueles que tiveram a chance de serem úteis, mas não foram, todos aqueles que quando olhamos suas vidas não produziram nada de bom.

Não estamos falando apenas de grandes atos, mas dos pequenos também, ajudar os outros de uma forma geral. Reservar um pouco da sua oração diária para pedir bem a alguém, ser gentil, ouvir o que os outros têm a dizer. Pequenos atos que, quando somados, dizem muito.
Isso parece mais uma lição de bondade do que de fé, mas de onde vem à bondade senão da fé. “A fé é a mãe da esperança e da caridade”.

Então, meus irmãos, sejamos melhores hoje do que fomos ontem e amanhã melhores do que fomos hoje. Fiquem com Deus e os anjos.
Tenham uma semana de paz, alegria e luz!
Abraços fraternos,
Equipe Tempo de Luz e Amor.